País ganha camisinha com látex de seringais nativos
BRASÍLIA — A primeira fábrica de preservativos (camisinhas) do mundo a usar látex de seringal nativo funcionará experimentalmente no final deste mês, em Xapuri, no Acre. Com estimativa para produzir 100 milhões de camisinhas masculinas por ano, em médio prazo a indústria pretende garantir 30% do abastecimento do Ministério da Saúde, que chega a 300 milhões de preservativos por ano.A fábrica nasceu de uma parceria entre o Governo do Acre e o Ministério da Saúde, que distribui o produto gratuitamente no País. Em 1997, o ministério enviou para os postos de saúde 13,4 milhões de unidades. De acordo com o tecnólogo em heveicultura Antonio Araújo Castro, da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), o convênio pautou-se basicamente em estudos de viabilidade técnica e análise de potencial produtivo. A fábrica demandará uma produção apenas de 10% do que o Acre produz, garante. Xapuri, Capixaba e Brasiléia fornecerão o látex. Xapuri é a terra natal do líder sindical e ecologista Chico Mendes, assassinado em 22 de dezembro de 1988. Fica 188 quilômetros de Rio Branco, a capital do Acre. Paralelamente à campanha de controle da Aids no País, o governo federal associa-se ao Acre no estímulo à economia extrativista. A indústria vai absorver matéria-prima colhida por 550 famílias.Apoio à coletaCastro disse à Agência Amazônia que a Funtac estudou a melhora do acesso — ramais, estradas vicinais e varadouros — às áreas de coleta do látex, na reserva extrativista (Resex). “Capacitamos pessoal para gerenciar os pontos de coleta e também a qualidade na extração. Estão sendo construídos pontos de apoio para acondicionamento da produção nas colocações (na casa do seringueiro) e ainda, pontos de recolhimento em locais estratégicos para facilitar o transporte até a plataforma da fábrica”, informou Castro.Percalços amazônicos O tecnólogo reconhece as condições adversas da Floresta Amazônica e defende o trabalho conjunto entre o governo, seringueiros, associações, entidades representativas e técnicos. “Essa união garantirá a logística e a infra-estrutura do empreendimento”, justificou. Castro elogia o papel dos governos federal e do Acre: “Há políticas voltadas para a melhoria das condições de vida das tradicionais famílias da floresta, resgatando a cidadania ou florestania. O programa de moradia feito pelo Incra, o programa Luz para Todos, e o saneamento básico levado pela Funasa”. Fonte: www.agenciaamazonia.com.br
Cuidando da saúde sexual
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