Brasil sedia primeira reunião internacional da Unitaid (08/04/2008)
Pela primeira vez, o Conselho Executivo da Central Internacional para a Compra de Medicamentos contra Aids, Tuberculose e Malária (Unitaid) se reuniu fora de sua sede (Genebra), atendendo a um convite do governo brasileiro, para uma reunião de trabalho. A atividade ocorreu nos dias 2 e 3 de abril, no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. Além deste encontro, no dia 4, uma parte da comitiva da Unitaid visitou a Fiocruz acompanhada do secretário executivo da Unitaid e ex-diretor da ENSP (2001 – 2004), Jorge Bermudez.A reunião teve como foco a busca por mais apoio internacional à Uitaid, bem como ratificar a importância de novos investimentos financeiros na luta contra a fome e a pobreza e, também, o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU. Esse foi o sétimo encontro do Conselho Executivo e, segundo Bermudez, o fato de a reunião ter sido realizada em Brasília permitiu maior interação da Unitaid com os Ministérios da Saúde e Relações Exteriores e a Secretaria Geral da Presidência da República. “Além do impacto político dessa reunião, cabe ressaltar a importância do Brasil na liderança desse processo e as lições aprendidas com a construção do SUS e dos princípios de acesso universal a medicamentos essenciais”, afirmou o secretário da Unitaid. Os integrantes da comitiva dialogaram, ainda, com técnicos do Ministério da Saúde e conheceram melhor o Programa Nacional de DST/AIDS, reconhecido mundialmente como um exemplo para a área.Comitiva Unitaid visita FiocruzDoze integrantes da Comitiva da Unitaid, incluindo membros do Conselho Executivo e do Secretariado, estiveram na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na sexta-feira (4/4), em visita organizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de DST/AIDS. A delegação passou por FarManguinhos, IPEC e foi recebida pelo presidente da Fiocruz, Paulo Buss, e pelo vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, José da Rocha Carvalheiro. Na ocasião, os participantes expressaram seu reconhecimento e admiração pela excelência que a Fiocruz representa no contexto da ciência e tecnologia em saúde para o Brasil e para o mundo. Ao final do dia, Jorge Bermudez, acompanhado da vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Maria do Carmo Leal, esteve na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), para uma reunião com o diretor da escola, Antônio Ivo de Carvalho, e a coordenadora de Comunicação Institucional, Ana Cristina Furniel.O que é a UnitaidO secretário-executivo da Unitaid explica que a organização é um mecanismo financeiro inovador, fundamentado em estabilidade e previsibilidade de recursos financeiros, tendo como missão assegurar a expansão do acesso ao tratamento e diagnostico para HIV/Aids, tuberculose e malária e na luta pela redução dos preços dos medicamentos dessas enfermidades. Foi lançada na Assembléia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2006, pelos cinco países fundadores: Chile, Brasil, Franca, Noruega e Reino Unido. Atualmente, recebe apoio e suporte de 27 países e da Fundação Bill e Melinda Gates. O trabalho da Unitaid já é de grande relevância para a saúde mundial, com mais de 80 países recebendo produtos com recursos desse trabalho. Trabalha muito voltada para onde as demais organizações não oferecem cobertura. “Cabe ressaltar sua atuação em medicamentos pediátricos contra HIV/Aids, ARVs de segunda linha, medicamentos pediátricos para tuberculose e para TB-MDR (Multi-droga-resistente), além de derivados da Artemisina para a malária”, informou o ex-diretor da ENSP. Jorge Bermudez assumiu a secretaria executiva da Unitaid em julho de 2007, liderando uma equipe composta de 16 profissionais de dez diferentes nacionalidades. Segundo ele, a função do secretariado é implementar as ações aprovadas pelo Conselho Executivo e as operações diárias da organização. O Conselho Executivo da Unitaid é presidido por Philippe Douste-Blazy, ex-chanceler da França, e composto de representantes dos cinco países fundadores. Conta também com integrantes da União Africana, de países asiáticos representados pela Coréia e de membros de ONGs, além de comunidades que vivem com as doenças, da Fundação Gates e da OMS.Créditos das fotos:Gustavo Magalhães (AIG / MRE)