16/04/2008

EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DE SÃO PAULO, JOSÉ DA SILVA GUEDES, DIZ QUE LEI PAULISTA QUE IMPLANTOU A DISTRIBUIÇÃO DE SERINGAS AOS USUÁRIOS DE DROGAS FOI ‘UM CAPÍTULO BRILHANTE DA HISTÓRIA DA SAÚDE’

Mesa de abertura do evento que comemorou os dez anos da regulamentação da lei paulista de redução de danos entre usuários de drogas injetáveis

13/03/2008 – 16h40

“Um capítulo brilhante da história da saúde.” Foi com essas palavras que o ex-secretário de saúde do estado de São Paulo, José da Silva Guedes, lembrou do decreto 42.927, publicado em 13 de março de 1998. A norma, que regulamentava lei aprovada no ano anterior, autorizava a secretaria paulista de saúde a distribuir seringas descartáveis aos usuários de drogas injetáveis. A medida faz parte da, na época ainda incipiente, política de redução de danos, estratégia que visa diminuir os potenciais danos causados à saúde do indivíduo que se envolva em práticas de risco (saiba mais). Guedes avaliou, na tarde desta quinta-feira (13/03), que a “credibilidade” do Programa de DST/Aids do estado foi “fundamental” para a aprovação da lei 9.758 em 17 de setembro de 1997. Para ter acesso ao teor do documento, clique aqui. O Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo realizou um evento, na capital paulista, para comemorar os 10 anos de oficialização da lei por meio de decreto assinado pelo ex-governador Mário Covas (1930-2001). “A gente teve lutas homéricas conduzidas por vocês”, agradeceu José da Silva Guedes aos presentes. “Os nossos condutores dos programas de Aids foram includentes”, disse. Para o ex-secretário, os gestores públicos que lidam com a epidemia provocada pelo HIV atentaram para uma parcela da população outrora esquecida.

Pedro Chequer, representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (UNAIDS) no Brasil, defendeu a ampliação da política de redução de danos no país. “Eu diria que essa política de redução de danos resultou em avanços no controle da epidemia”, acredita. O médico sanitarista avaliou a publicação do decreto 42.927 como um “marco”. “É muito honroso estar participando deste evento”, concluiu.

Assim como Pedro Chequer, Maria Clara Gianna, diretora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, também classificou o processo que culminou com a aprovação da lei 9.758 (e sua posterior regulamentação) como um “marco”. “É um marco para o estado de São Paulo. É um marco para o país”, disse. Antes da lei, a médica recordou que o trabalho de redução de danos era “bastante complicado.”

“Parabéns a todos os protagonistas por essa conquista histórica”, congratulou Maria Cristina Abbatte, diretora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo. Para psicóloga, a estratégia de redução de danos auxilia no combate à propagação do vírus HIV. “Essa política por si só já se mostrou eficiente”, avalia Abbatte. A gestora também agradeceu ao deputado federal Paulo Teixeira, autor do projeto de lei festejado nesta quinta-feira (13/03).

Léo Nogueira


DICA DE ENTREVISTA

Coordenação Estadual de DST/Aids de São Paulo
Assessoria de Imprensa
Tel.: (0XX11) 5087-9835/9911