19/02/2008

Maranhão fiscaliza usinas de arroz no combate ao beribéri

Maranhão fiscaliza usinas de arroz no combate ao beribéri
18/02/2008 18:40
Por Paloma Santos e Cilene Figueiredo - Agência Brasil

Brasília - A Secretaria de Saúde do Maranhão informa que deu início hoje (18) à fiscalização em mais de 500 usinas de arroz. Desde 2006, o estado registra altos índices de beribéri, doença causada por falta de vitamina B1 no organismo, que provoca diminuição da força muscular e perda da sensibilidade nos braços e pernas. No ano passado, foram registrados 603 casos, sem nenhum óbito.

Em 2006, houve menos casos (466), mas 32 pessoas morreram.
O beribéri tem se propagado em razão de fungos e microtoxinas causadas pela umidade nos armazéns de arroz dos pequenos agricultores da região, como revela pesquisa feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“O plantio é muito artesanal, o que implica em secagens e armazenamentos inadequados, contribuindo para o aumento de casos de beribéri”, conta o superintendente de Vigilância Sanitária do Maranhão, Arnaldo Muniz Garcia, responsável pela fiscalização nas usinas. Segundo ele, grãos maduros e verdes, com alto teor de água, são colhidos juntos, aumentando a umidade das sacas.


Além disso, o superintendente alerta sobre as condições em que as sacas são armazenadas. “No armazenamento, observamos mais um agravante: a sacaria é disposta no piso, sem nenhum extrato ou proteção. E ainda fica junto às paredes repletas de infiltrações, favorecendo ainda mais, e por longos períodos, o crescimento do fungo e das microtoxinas”.
De acordo com ele, a fiscalização será pedagógica, ou seja, os proprietários das beneficiadoras de arroz serão orientados sobre as formas corretas de colheita e estocagem do produto e sobre as condições adequadas de funcionamento das usinas. “Nós esperamos concluir, em breve, todas as inspeções, exigindo que esses estabelecimentos façam as ações corretivas para que haja o controle e a prevenção da doença”.

Garcia lembrou ainda que as correções devem ser feitas dentro do menor prazo possível, pois o estado passa pelo período de chuvas, que vai de janeiro a abril.
Entre os sintomas do beribéri, estão: fadiga, perda de apetite, dores no abdôme e no peito. A fase mais grave ocorre quando a doença chega ao coração, causando degeneração do músculo cardíaco e falta de ar.

Um agravante é o consumo de álcool, que inibe a absorção da vitamina B1 pelo organismo. O tratamento se dá por meio de ingestão da vitamina diariamente.
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:http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/18/materia.2008-02-18.3629625502