28/05/2008

Dia Mundial sem Tabaco - Ministério da Saúde e Inca lançam novas imagens de advertências nos maços de cigarro (28/05/2008)

Dia Mundial sem Tabaco - Ministério da Saúde e Inca lançam novas imagens de advertências nos maços de cigarro (28/05/2008)
Em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o Diretor geral do Instituto Nacional de Câncer, Luiz Antonio Santini (leia artigo publicado em 26/05), lançaram nesta terça-feira (27/05) as novas imagens de advertência sanitárias das embalagens dos produtos de tabaco. Pela primeira vez, as fotos e mensagens foram produzidas e selecionadas com base em um estudo sobre o grau de aversão que as ilustrações alcançam.O estudo foi desenvolvido, de 2006 a 2008, pelo INCA em parceria com os Laboratórios de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) e de Neurofisiologia do Comportamento da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Departamento de Artes & Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).A pesquisa mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres. Foram julgadas as características emocionais das imagens sem referência à sua função de advertência sanitária. As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.Com base nessa pesquisa e em estudos e experiências nacionais e internacionais, os pesquisadores selecionaram dez temas de advertência capazes de provocar reação de repulsa nos jovens: Substâncias tóxicas, Letalidade do câncer do pulmão, Malefícios para o feto, Envelhecimento precoce, Fumo passivo, Doenças Cardiovasculares, Acidente vascular cerebral, Mutilação, Dependência e Impotência. Os pesquisadores não incluíram imagens que funcionam como gatilhos para fazer o fumante ter vontade de fumar, como pessoas fumando, cinzeiros, isqueiros, cigarros acesos e embalagens do produto.Entre as novas ilustrações, A vítima deste produto mostra um bebê morto dentro de um cinzeiro; Infarto, uma cirurgia cardíaca deixa entrever um coração cheio de restos de cigarro; Morte, o cadáver de um tabagista jaz em uma mesa do necrotério; Gangrena, um pé aparece mutilado pela doença; Horror, uma mulher descobre a ação do tabagismo na aparência; e em Sofrimento, mãe e filho assistem ao marido e pai morrendo em uma cama de hospital.EstratégiaO Brasil foi o segundo país a adotar imagens de advertência como estratégia para diminuir a prevalência e evitar a experimentação do cigarro por jovens e adolescentes. Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias ilustradas com fotos. Quase 90% dos fumantes regulares começam a fumar antes dos 18 anos, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considere o tabagismo uma doença pediátrica.As imagens fazem parte de um conjunto de medidas propostas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo que, nos últimos 20 anos, vem obtendo resultados positivos, como a redução da proporção de fumantes na população de 34,8%, em 1989, para 22,4%, em 2003. Um inquérito populacional do Ministério da Saúde, realizado em 2006 em todas as capitais, mostrou uma prevalência de tabagismo de 16% na população acima de 18 anos. O Banco Mundial publicou uma análise em 2007 que mostra o aumento de famílias não fumantes de 66% para 73%, entre 1995/1996 e 2002/2003. Outro ponto importante é a redução na taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, que em 90% do casos acontece entre os fumantes.A cada ano, o cigarro mata quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo; 200 mil, somente no Brasil. A dependência está associada a 90% dos casos de câncer de pulmão, 85% dos óbitos por enfisema pulmonar, 40% dos derrames cerebrais e 25% dos infartos fatais.Evolução das advertências no Brasil1988 – Advertência Sanitária única e regulamentada por medida do poder Executivo.Em agosto de 1988, foi publicada a Portaria do Ministério da Saúde nº 490 que obrigava as companhias do tabaco a inserirem em todas as embalagens a frase: “O Ministério da Saúde adverte: Fumar é prejudicial à saúde”.1995 - Advertências rotatórias, oriundas de um acordo voluntário entre governo e indústria do tabaco: “O Ministério da Saúde adverte: Fumar pode causar câncer de pulmão, pode causar infarto etc”.1996 - Advertências mais enfáticas, diretas e reguladas por lei.Com o advento da Lei Federal 9.294, as advertências sanitárias passaram a ser reguladas por lei, e não por um acordo voluntário publicado. O termo “pode causar” foi substituído pelo termo “causa” e as advertências passaram a ser mais enfáticas e diretas. Dois novos temas foram introduzidos: a dependência de nicotina e a impotência sexual.As frases "A nicotina é droga e causa dependência" e "Fumar causa impotência sexual" colocaram o Brasil numa posição de destaque no cenário internacional de controle do tabagismo, pois poucos países haviam conseguido, até então, introduzir nas suas legislações mensagens tão fortes e reais, por conta da grande resistência das companhias de tabaco.2001 - Advertências Sanitárias diretas, reguladas por lei e ilustradas por fotos.Além das imagens, foi inserido o número do telefone do Disque Pare de Fumar. Também foram incluídas informações sobre os teores de alcatrão, monóxido de carbono e nicotina na lateral dos produtos junto com a mensagem: “Não existem níveis seguros para o consumo dessas substâncias”.2003 - Advertências Sanitárias diretas, reguladas por lei e ilustradas por fotos mais impactantes.Foram lançadas mensagens e imagens mais fortes baseadas na pesquisa telefônica realizada pelo Pare de Fumar – Disque Saúde: 90% dos 89 mil entrevistados afirmaram que as imagens lançadas em 2001 precisavam ser mais impactantes. As embalagens também passaram a exibir as frases: “Venda proibida a menores de 18 anos - Lei 8.069/1990 e Lei 10.702/2003”, ficando proibido o uso de frases do tipo "Somente para adultos" ou "Produto para maiores de 18 anos" e "Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo dessas substâncias”. Fonte: Inca
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