16/03/2008

São Luís tem quase 37% de fumantes

São Luís tem quase 37% de fumantes


Pesquisa Escutec/o estado revela também que os homens são os que mais consomem cigarros; maioria diz fumar por prazer

Quase 37% dos ludovicenses fumam, pelo que apurou a pesquisa Escutec/O Estado da semana passada. O dado revela que São Luís pode ser uma das capitais brasileiras com um dos mais elevados índices de fumantes, 15 pontos percentuais a mais do que registra Porto Alegre (RS), que é a campeã dos dependentes em cigarros entre as sete mais desenvolvidas cidades brasileiras, segundo levantamento encomendado pelo Ministério da Saúde, publicando domingo passado pela revista Veja.

A pesquisa da Escutec sobre a relação da população de São Luís com o tabagismo foi realizada entre terça e quinta-feira da semana passada e ouviu 421 pessoas em diferentes pontos de fluxo da capital. Dos fumantes da Ilha, os homens são os campeões das baforadas (54,1%), enquanto apenas 20,1% das mulheres se dizem dependentes em cigarros.

A dependência assumida em cigarros é maior entre os mais jovens e chega a ser espantosa em meio aos que têm menor escolaridade. Dos 16 aos 24 anos de idade, 45,5% da população diz que fuma, e 73,2% dos que cursam ou ainda estão cursando até a 4ª série do fundamental fazem uso do tabaco.

Entre os que fumam e os que não fumam, o ato de fumar representa um costume para 39,4 dos entrevistados; é falta de amor próprio para quase 27%; é falta de controle para 14%; é um ato de desinteligência para 7%; é elegante para mais de 4% e brega para 3,8%. Os outros 4,3% dos entrevistados não têm idéia formada a respeito dos tabagistas.

Fumantes

Daí por diante, a Escutec passou a ouvir somente os fumantes. Destes, 58,1% dizem que fumam por prazer e 36,8% se dizem escravos do cigarro. É propósito de parar de fumar de mais de 83% dos tabagistas ludovicenses, chegando a 93,5% em meio aos que estão entre os 25 e 34 anos de idade, e 93,3% para os que estão nas mais elevadas faixas de renda. As tentativas frustradas de deixar o cigarro de lado são confessadas por mais de 71% dos dependentes em tabaco entrevistados. Os fracassos maiores se deram em meio às pessoas dos 35 a 49 anos de idade (81,8%) e entre os que estão na menor faixa de renda (de dois a menos salários mínimos).

Discriminação


O sentimento de discriminação por ser fumante atinge pouco mais de 31% dos tabagistas ludovicenses, enquanto quase 70% ainda se sentem pessoas normais, apesar das campanhas cada vez mais agressivas e das restrições de espaços físicos para as baforadas.

Já sobre os efeitos do consumo, 40% dos dependentes admitem que já os sentem, enquanto 60% ainda acham que estão acima dos malefícios de todas as toxinas que o cigarro lança nos pulmões e na corrente sanguínea do fumante. O grupo que mais se queixa dos efeitos é mais uma vez o dos 35 aos 49 anos de idade e os que menos reclamam são os fumantes dos 25 aos 34 anos de idade. Destes, 77,4% dizem que se sentem bem, independentemente da quantidade de cigarros consumidos.

Sem aproximação

Nesse momento da avaliação, os pesquisadores da Escutec se dedicam exatamente aos não fumantes e descobrem que, ao contrário do que pensam os dependentes, o cigarro é sim fator de discriminação das pessoas. Dos que não fumam, 26,3% já foram dependentes, sendo que dos que migraram do mundo dos fumantes para o mundo dos “limpos”, os que mais se sobressaem são os que estão acima dos 50 anos de idade. São mais de 53% os cinqüentões que se livraram da dependência.

A comprovação de que o fumante incomoda vem quando a pesquisa pergunta qual é a atitude do não fumante quando um usuário dos cigarros dá suas baforadas em um ambiente fechado em que ele, que acaba sendo fumante passivo, encontra-se: a grande maioria diz que sai do ambiente, outros 17,7% dizem que emitem sinais de irritação e até pedem que o fumante se toque e somente 15,8% dizem que toleram. Os que mais se irritam com o fumante insolente são os adolescentes da 5ª ao 8ª série do fundamental (77,1%).

Fechando a pesquisa, a Escutec perguntou aos não fumantes se é possível um relacionamento amoroso com um fumante. Mais de 66% foram implacáveis: “de jeito nenhum” – disseram. Mas há quem deixe a questão em aberto, como os mais de 26% que disseram que quem manda é o coração. Os não fumantes que já dividem a vida com os dependentes passam dos 10%.
Autor: Editoria Geral
OBID Fonte: O Estado do Maranhão - MA