27/01/2009

Dia mundial de Combate a Hanseniase

EM 2009, o Dia Mundial de Combate à Hanseníase será realizado no dia 25 de janeiro. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde, tem o objetivo de eliminar a doença que atualmente atinge mais de 200 mil pessoas a cada ano. Mesmo tendo cura por meio de um tratamento simples e gratuito, o Brasil ainda não conseguiu erradicá-la, e o Ministério da Saúde vem somando esforços para informar e dar visibilidade aos seus principais sintomas. Em consonância a essa política, a Escola Nacional de Saúde Pública realizou capacitações com profissionais de saúde de diversas unidades da Fiocruz, além de avaliar a implantação do 'Programa Nacional de Controle da Hanseníase. O treinamento realizado pelo Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais da ENSP envolveu nove estados nos quais a doença tem o risco de crescer e teve o objetivo de identificar a contribuição do programa para o atual perfil da doença. Amazonas, Roraima, Amapá, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, Alagoas, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul foram os estados escolhidos para a avaliação do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, tido como prioridade pelo Ministério da Saúde. Além disso, a Escola, por meio do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), realizou capacitações com profissionais de saúde de diversas unidades da Fiocruz e com a população de Manguinhos que é atendida na unidade. A campanha de Combate a Hanseníase da Fiocruz, acontecerá entre os dias 26 e 30 de janeiro, por meio do Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo Cruz (Asa/IOC/Fiocruz) - unidade de referência estadual em hanseníase do município do Rio de Janeiro - com atendimento, orientação e distribuição de panfletos explicativos sobre a doença. O Asa faz parte do Laboratório de Hanseníase do IOC e é um Centro colaborador nacional do Ministério da Saúde. Este ambulatório, formado por equipe multiprofissional preparada para receber moradores de toda a cidade, oferece atendimento completo à população com exames de alta complexidade e atendimento especializado. A doença A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, conhecida como bacilo de Hansen. Suas principais características são manchas brancas ou avermelhadas, que apresentam alterações de cor e de sensibilidade. Além disso, a sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades do corpo, como mãos, pés e cotovelos também não alguns sintomas. Ela pode ser transmitida por secreção nasal ou saliva de portadores que não receberam tratamento. A doença acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo ser altamente incapacitante. Maior barreira para a cura ainda é o preconceito Especialistas da área indicam que a maior barreira para a cura ainda é o preconceito, pois isso atrapalha o tratamento do doente, prejudicando assim o controle da endemia. A hanseníase é prima-irmã da tuberculose, pois segue o mesmo padrão epidemiológico, acometendo principalmente grupos menos favorecidos, como pessoas de baixa renda e baixa qualidade de vida. Ela vem crescendo vertiginosamente entre crianças e jovens de até 15 anos. De acordo com o chefe do Ambulatório Souza Araújo (Asa/IOC), José Augusto Nery, no Brasil surgem 50 mil novos casos de hanseníase por ano, e somente o Rio de Janeiro contabiliza cerca de três mil e quinhentos novos casos da doença. Vale ressaltar que a contaminação por contato social é pouco provável, pois embora a transmissão da doença só ocorra através de contato íntimo e prolongado com o paciente, a maioria das pessoas tem uma resistência natural ao bacilo de Hansen, e não desenvolve a doença, mesmo que tenha contato com ele. O tratamento da hanseníase é feito por meio de um coquetel de medicamentos, composto por três tipos de antibióticos e é chamado de poliquimioterapia (PQT). O tempo de administração do medicamento varia de acordo com o tipo de infecção do paciente, podendo durar de 6 a 24 meses. O tratamento é oferecido gratuitamente em todos os postos de saúde do país.