04/07/2008

SIMPÓSIO DE CO-INFECÇÃO DEBATE AGENDA CONJUNTA NO CONGRESSO DE PREVENÇÃO EM FLORIANÓPOLIS

SIMPÓSIO DE CO-INFECÇÃO DEBATE AGENDA CONJUNTA NO CONGRESSO DE PREVENÇÃO EM FLORIANÓPOLIS

Na manhã desta quarta-feira, mais de 400 pessoas participaram da discussão da integração das agendas dos programas de Aids, Tuberculose e Hepatites, dentro de programação prévia do Congresso de Prevenção ocorre em Florianópolis (SC). O debate reuniu, além de dirigentes dos três programas, representações do Conselho Nacional de Saúde, CONASS e CONASSEMS e trouxe a tona a necessidade de estabelecimento de políticas e ações integrados voltadas para a atenção do paciente co-infectado. A consultora e ex-coordenadora do Programa Nacional de Hepatites Virais, Gerusa Figueiredo, apresentou os dados da epidemia no país e relatou avanços, dificuldades e expectativas. Segundo ela, faltam investimentos principalmente na área de comunicação para que a população em geral tenha maior acesso às informações sobre as hepatites.

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráurio Barreira, apresentou dados sobre a carga de tuberculose no Brasil e enumerou as estratégias que estão sendo implantadas para seu enfrentamento. Barreira relatou a aproximação com o PN DST/Aids e com a área de Atenção Básica, inclusive com a realização de macro regionais conjuntas. Na seqüência o médico Ronaldo Hallal, da Unidade de Assistência e Tratamento do PN DST/Aids, apresentou dados de co-infecção entre a população soropositiva e destacou ações de integração entre as áreas.A secretária estadual de Saúde de Santa Catarina, Carmem Zanotto, representou o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e trouxe a experiência de seu estado em termos de resposta à epidemia de Aids e as necessidades de atendimento aos co-infectados. O ultimo palestrante, coordenador do Núcleo de Promoção e Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASSEMS -, Marcos Silveira Franco, disse sobre a "crise de gestão do estado brasileiro" e a crescente inoperância gerada pelo controlismo exagerado a que os municípios estão submetidos.Necessidade de atendimento integral aos pacientesDurante o debate foram levantados pontos considerados fundamentais para que a agenda entre as três áreas seja integrada. Concluiu-se que já existem diversos avanços e foi sugerido a integração de outros programas desenvolvidos pelo PN DST/Aids como o de redução de danos, enfrentamento da feminilização da epidemia e o plano direcionado a HSH. Os participantes avaliaram como positiva a aproximação de ações entre os programas de Aids e Tuberculose e reforçaram a necessidade de ampliar os investimentos no Programa de Hepatites, alargando seu foco de ação principalmente entre co-infectados, usuários de drogas e entre a população em geral. A representação dos gestores enfatizou que os Estados e Municípios necessitam de cumprimento de metas pactuadas para que as intenções se tornem realidades e este quesito passa pela avaliação do financiamento da Saúde. A representante do grupo Hercules de pacientes com HCV, Ana Schimitt, cobrou mais participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas na área, o coordenador do Fórum de ONG/Aids do Rio de Janeiro, Roberto Pereira, relatou a experiência de ação conjunta da sociedade civil naquele estado com a formação do Fórum/TB e o secretário da Parceria Brasileira contra a Tuberculose, Carlos Basília, sugeriu a inclusão de representações da sociedade civil nos próximos fóruns.Ao final do simpósio, o representante do CNS, José Marcos Oliveira, destacou que o controle social acompanha e apóia as propostas de integração e convidou representações dos afetados pela Tuberculose e Hepatites Virais para fazerem parte da comissão de Aids e de Patologias do Conselho Nacional.Fonte: Programa Nacional de Tuberculose
http://www.agenciaaids.com.br:80/site/noticia.asp?id=10047DICA DE ENTREVISTAPrograma Nacional de Controle da TuberculoseTel.: (0XX61) 3213-8234
=================================

Tuberculose é uma das principais causas de morte de soropositivos, diz ONU

A ONU celebrou seu primeiro fórum global sobre a tuberculose e a aids para chamar a atenção para as quatro mil mortes causadas diariamente por esta doença pulmonar, cuja cura foi descoberta há mais de 50 anos, e que afeta em especial os portadores do vírus HIV.A reunião, realizada às vésperas da sessão especial da Assembléia Geral sobre a aids, teve como objetivo vincular essa epidemia com a da tuberculose, que é uma das principais causas de morte dos pacientes com um sistema fragilizado pelo vírus do HIV.Entre os participantes da reunião estiveram chefes de Governo, ministros e personalidades como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, cuja fundação contribuiu para baratear, nos países mais pobres, o preço dos tratamentos para a aids, a malária e a tuberculose.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou, ao abrir a reunião, que a tuberculose ainda é uma das dez principais causas de morte no mundo."Isto é triste, ninguém deveria morrer de tuberculose, que é uma doença que pode ser prevenida e curada neste próspero século XXI cheio de avanços tecnológicos", afirmou.Ele criticou o fato de não haver investimentos suficientes para encontrar métodos de controle, prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose nos pacientes de aids e infectados pelo HIV.Ban assegurou que esta situação limita as opções para combater as variantes da doença mais resistentes aos antibióticos tradicionais e deixa muito poucas possibilidades de reduzir as mortes que causa.Clinton, que discursou rapidamente, ressaltou a importância de fornecer aos pacientes dos países mais pobres o acesso aos remédios dos quais precisam para sobreviver, que, em muitas ocasiões, estão acima do preço que podem pagar ou dos sistemas de saúde de seus países.O ex-presidente americano destacou que essa foi uma das metas da fundação que tem seu nome, e através da qual conseguiu fazer acordos com empresas farmacêuticas para que reduzam seus preços em certos países em desenvolvimento e impulsionou o fundo internacional para a compra de medicamentos (Unitaid).O enviado especial das Nações Unidas na luta contra a tuberculose, o ex-presidente de Portugal Jorge Sampaio, que foi quem convocou o encontro, disse em entrevista que a tuberculose é "um grande obstáculo ao desenvolvimento", pois, na maioria das vezes, as vítimas são adultos em idade de trabalho.O ex-chefe de Estado português defendeu "associar" as pesquisas e a luta contra a aids e a tuberculose, que o Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) qualifica de "epidemia dupla".Ele advertiu de que a tuberculose coloca em risco o avanço conquistado nos últimos anos na redução da taxa anual de novos casos de contágio de HIV e no número de mortes causado pela aids.Nesse sentido, lembrou que menos de um terço dos pacientes de HIV/aids com tuberculose recebe tratamento para ambas as doenças.


==========================


Carlos Basilia
Fórum ONGsTB-RJ
Parceria Brasileira contra a Tuberculose
Vice-Presidente MCP Fundo Global TB Brasil