Treze municípios maranhenses participam do Seminário Criança Não é de Rua
Mais de 200 pessoas, de treze municípios maranhenses, discutiram como é feito o atendimento a crianças e adolescentes que estão em situação de rua e as políticas para esse público no II Seminário Criança Não é de Rua.
O evento, que aconteceu na última sexta-feira (27), no auditório da Faculdade de Arquitetura da UEMA, foi realizado pela Rede Amiga da Criança, em parceria com a Fondation Terre des hommes, a Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.O Seminário foi aberto pelo articulador nacional da campanha Criança Não é de Rua, Adriano Ribeiro, que apresentou as diretrizes da Campanha e sua percepção sobre o fenômeno e por Nelma Pereira, coordenadora do Centro de Defesa Pe. Marcos Passerini, que fez um panorama da situação de rua em São Luís.
De acordo com Adriano Ribeiro, a situação de rua é um problema de todo o país, mas tem soluções. “É preciso nos apressar, pois através de políticas públicas integradas e criativas, é possível enfrentar e mudar esta realidade. Não é só pensar em moradia. Precisamos de um trabalho em rede que agregue outras necessidades, como educação e saúde”, ressaltou o articulador nacional da Campanha Criança Não é de Rua.
A segunda mesa do Seminário, “Panorama da situação de rua e políticas públicas no Brasil/Maranhão/São Luís”, contou com a participação de Francisco Brito, do Ministério de Desenvolvimento Social, Benigna Almeida, da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Social, Roseli Ramos, Secretária Municipal da Criança e Assistência Social-Semcas e Patrício Barros, da Associação Brasileira de Redutores e Redutoras de Danos (Aborda).Os representantes do poder público apresentaram como estão articulando o atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua e os caminhos na implementação de políticas públicas.
Patrício Barros, da Aborda, discutiu como deve ser feito a atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua que fazem uso de substâncias psicoativas. Segundo ele, a cidade de São Luís deveria ter uma ampla rede formada por diversos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ambulatórios e outros serviços para atender esse público. Mas só possui um CAPS II, um CAPS Alcool e Drogas e dois ambulatórios (Caiscas).
As atividades da tarde iniciaram com a mesa “Infância no Maranhão: o papel da sociedade civil na consolidação de políticas públicas e no controle social”. O panorama da infância no Maranhão, com enfoque na situação de rua, foi apresentado pela oficial de comunicação do Fundo das Nações Unidas para Infância – Unicef, Deborah Ferreira. O conselheiro tutelar da cidade de Caxias, Valdir de Jesus, apresentou como o fenômeno da situação de rua acontece em sua cidade. Para ele, a situação de rua é um problema tanto das grandes quanto das pequenas cidades.
A Campanha Justiça nos Trilhos foi apresentada como exemplo de intervenção social pela garantia de direitos de crianças em situação de rua. A Campanha foi apresentada pelo Ir. Antonio Soffientini, que debateu, com o Gerente Geral de Relações Institucionais da Empresa Vale, José Carlos Sousa, ações para resolver o problema das crianças e adolescentes que viajam no trem da Empresa Vale.O Seminário foi encerrado com participação da Associação Curumins, de Fortaleza/CE. O educador social responsável pela equipe Interinstitucional de Abordagem de Rua, Marcos Castro, apresentou o trabalho da Curumins, uma iniciativa da Fundação Terre dês hommes, que tem o objetivo de possibilitar as crianças e adolescentes em situação de rua meios para a construção de sua cidadania a partir da valorização de suas competências e potencialidades.Mobilização dia 08 de abrilComo parte da Campanha Nacional Criança Não é de Rua, a Rede Amiga da Criança articula, em São Luís, um ato público com o objetivo de sensibilizar a sociedade e o poder público em defesa dos direitos das crianças e adolescentes em situação de rua.
A atividade acontece no próximo dia 08 de abril (quarta-feira). O grupo se concentra a partir das 15h30, na quadra do Parque do Bom Menino e segue até a Praça Deodoro.A ação, que acontece simultaneamente em diversas capitais brasileiras, consiste na encenação de uma “Via Sacra”, protagonizada por crianças e adolescentes, que carregaram cruzes simbolizando o sofrimento cotidiano daqueles que estão em situação de rua.