Publicação da SustainAbility analisa relatórios de sustentabilidade brasileiros
15/12/2008 - No início de dezembro, a consultoria internacional SustainAbility e a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) divulgaram o documento “Rumo à Credibilidade: uma pesquisa de relatórios de sustentabilidade no Brasil”. Parte da edição 2008 do Global Reporters - uma análise das melhores práticas em relatórios de sustentabilidade em todo o mundo - é a primeira vez que a publicação foca o estudo em um único país.
A atenção especial dedicada às iniciativas brasileiras ocorre em virtude da expansão de políticas de sustentabilidade na agenda nacional. Além disso, o país atua como líder no movimento de responsabilidade corporativa entre os demais países emergentes. Enquanto apenas 8 empresas chinesas e 12 indianas publicaram relatórios de sustentabilidade entre 2006 e 2007, 76 companhias brasileiras com o mesmo porte apresentaram publicamente seus esforços rumo à observância do triple bottom line.
“A América do Sul demorou muito para ser incorporada à competição de relatórios, mas o Brasil agora lidera o continente com exemplos de relatórios que se igualam aos padrões internacionais”, afirma John Elkington, fundador da SustainAbility. “A minha esperança é que as empresas brasileiras, ao atingir paridade com o resto do mundo, também introduzam sua criatividade nessa agenda corporativa”.
As cinco melhores colocadas do grupo apresentaram desempenho semelhante e todas as dez primeiras utilizam a terceira geração dos indicadores do Global Reporting Initiative (GRI) para pautar e avaliar suas políticas. São elas:
Empresa
Atuação
Pontuação
Natura
Higiene e beleza
54%
Suzano Petroquímica
Petroquímica
53%
Ampla
Concessionária de energia elétrica
53%
Coelce
Concessionária de energia elétrica
52%
Banco Real
Serviços financeiros
51%
Energias do Brasil
Concessionária de energia elétrica
47%
Sabesp
Concessionária de água e saneamento
46%
Bunge
Agronegócios
41%
Celulose Irani
Papel e celulose
41%
Banco Itaú
Serviços financeiros
35%
“Entre os achados, podemos apontar que quase todas as empresas da amostra explicitam seus compromissos com a sustentabilidade de forma contundente; segundo, adotam as diretrizes G3 do GRI; e em terceiro, mas não menos importante, contratam verificação externa para seus relatórios”, aponta Mirza Laranja, gerente de projetos do IDIS.
O relatório também aponta que, embora os negócios brasileiros claramente articulam seus valores, princípios e políticas ao desenvolvimento sustentável, as empresas ainda precisam mostrar como a sustentabilidade está integrada às decisões estratégicas de negócio e como as estruturas de governança trabalham para a implementação de novas políticas.
Metodologia e desafios
A metodologia proposta pela SustainAbility também utiliza as Diretrizes G3 do GRI como base para seu trabalho. A partir de 29 critérios divididos em 4 grandes áreas: Governança; Gestão; Performance; e Acessibilidade e Verificação, a pesquisa avalia a qualidade da informação dos relatórios. Depois de selecionados, eles são lidos e discutidos em um conselho técnico.
“Embora seja reconhecido o grande avanço da responsabilidade corporativa das empresas brasileiras nos últimos anos, a média de apenas 47% nos relatórios selecionados entre best-practices evidencia o caminho ainda longo para se atingir amadurecimento nessas ações”, afirma Mirza.
A mesma comparação pode ser feita entre a maior pontuação brasileira (54%) e a mundial (80%), da inglesa British Telecom.
Segundo o documento, as empresas brasileiras também precisam aprender a relatar de forma concisa os trabalhos realizados ao longo do ano em suas publicações. As publicações brasileiras têm em média 160 páginas, quanto a média da amostra mundial não chega à metade. Além disso, é preciso que as empresas brasileiras passem a utilizar melhor seus websites para a divulgação de resultados.
Leia a pesquisa, na íntegra, em português.
Dicas dos especialistas
O grupo de especialistas responsável pela pesquisa indicou cinco passos para ajudar as empresas a construir bons mecanismos de relatórios:
Mostrar integração da Sustentabilidade aos negócios;
Passar credibilidade nas informações apresentadas, como participação de stakeholders, participação da alta diretoria, mostrar as “más notícias”e apresentar indicadores – absolutos e relativos;
Selecionar questões prioritárias em sua matriz de materialidade e apresentar plano de ação para enfrentá-las;
Engajar de fato as partes interessadas na construção dos instrumentos de reporting.
Ir além do relatório em si, abrindo canais de comunicação que permitam a troca de informação ao longo de todo o tempo e instrumentos capazes de se comunicar com públicos de características e interesses distintos.
Este blog foi criado para intercambiar minhas relações profissionais. Pouco coisa será postada de cunho pessoal, reserva-se a acompanhar as relevâncias socias em diveros níveis, com conteúdos de raça, credo, gênero, políticas públicas, violência, com recorte especial as questões voltadas para área da saúde. Os assuntos postados com certeza vão servir de um banco de dados para mim, quanto para aqueles e aquelas que buscam informações nesta área.
23/12/2008
22/12/2008
RN: ASSISTENCIA À SAUDE DO ADOLESCENTE É REFERENCIA NO ESTADO
RN: Assistência à saúde do adolescente é referência no estado
Do clipping da ANDIDevido à preocupação com o número crescente de adolescentes grávidas, o Centro Reprodutivo Leide Morais (CRLM), referência no Rio Grande do Norte, começou a desenvolver desde 1998 ações voltadas especificamente para jovens com idade entre 10 e 19 anos. Atualmente, o centro realiza cerca de 200 consultas mensais para pessoas nessa faixa etária. Na unidade são promovidas atividades educativas como palestras sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, curso preparatório para gestantes e distribuição de preservativos e anticoncepcionais. Além do CRLM, outras instituições no estado têm um programa específico para adolescentes, como o Centro Clínico Pediátrico e a Maternidade Escola Januário Cicco. A implantação do Programa de Assistência à Saúde do Adolescente na Unidade de Saúde é iniciativa de uma equipe multidisciplinar formada, pela diretoria, psicólogos e sexólogos, que notaram o crescimento do público jovem. O CRLM disponibiliza profissionais como ginecologistas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas para atuarem no trabalho educativo e acompanhamento de gestantes. Fonte: Gazeta do Oeste (RN) – 12/12/2008
Do clipping da ANDIDevido à preocupação com o número crescente de adolescentes grávidas, o Centro Reprodutivo Leide Morais (CRLM), referência no Rio Grande do Norte, começou a desenvolver desde 1998 ações voltadas especificamente para jovens com idade entre 10 e 19 anos. Atualmente, o centro realiza cerca de 200 consultas mensais para pessoas nessa faixa etária. Na unidade são promovidas atividades educativas como palestras sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, curso preparatório para gestantes e distribuição de preservativos e anticoncepcionais. Além do CRLM, outras instituições no estado têm um programa específico para adolescentes, como o Centro Clínico Pediátrico e a Maternidade Escola Januário Cicco. A implantação do Programa de Assistência à Saúde do Adolescente na Unidade de Saúde é iniciativa de uma equipe multidisciplinar formada, pela diretoria, psicólogos e sexólogos, que notaram o crescimento do público jovem. O CRLM disponibiliza profissionais como ginecologistas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas para atuarem no trabalho educativo e acompanhamento de gestantes. Fonte: Gazeta do Oeste (RN) – 12/12/2008
17/12/2008
16/12/2008
Advocacy alavanca a abrangência de intervenções sociais
Advocacy alavanca a abrangência de intervenções sociais
3/12/2008 – David Devlin-Foltz foi um dos palestrantes do Módulo 5 do curso Foundation School, que discutiu a avaliação de resultados e impacto de projetos de investimento social privado. Diretor da Global Interdependence Initiative (GII), Devlin-Foltz trabalha com grupos de fundações e institutos que atuam por meio de advocacy, isto é, fazendo o acompanhamento da atuação do poder público, conscientizando a sociedade e mobilizando a população em torno de uma causa. O GII é o braço do Aspen Institute em Washington que atua a favor do estabelecimento de políticas conjuntas em assuntos globais como aquecimento do planeta e o combate à AIDS.
O Continuous Progress Strategic Services (CPSS) é uma das atrações do GII. Por meio dele, organizações sem fins lucrativos como o Connect US Funding (mantida pela Ford Foundation, a Hewlett Foundation, a Charles Stewart Mott Foundation, o Rockefeller Brothers Fund e o Open Society Institute) conseguem criar planos de ação e avaliar seus esforços para influenciar a política externa norte-americana. Eles utilizam o Composite Logic Model, uma ferramenta criada para o planejamento e análise de campanhas em benefício de causas específicas. Uma versão mais simples, o Advocacy Progress Planner está disponível na internet para que investidores possam pensar, passo a passo, sobre objetivos, impactos, públicos-alvos, ações específicas e benchmarks em advocacy.
Com mais de 20 anos de experiência trabalhando em organizações como a Carnegie Corporation e o Institute of International Education, Foltz falou ao portal do IDIS sobre os benefícios de políticas de advocacy e estratégias de avaliação. Confira os principais trechos.
IDIS - Como bons projetos de advocacy são construídos?David Devlin-Foltz – Com planejamento. Bom planejamento em advocacy significa reconhecer que o processo contém um paradoxo: ele quase nunca sai como planejado. Por quê? Porque muito do processo político e de elaboração de políticas públicas está além do controle ou da habilidade de previsão do responsável. Afinal, tudo que vale a pena ser feito, vale a pena ser planejado com cuidado. Isso é uma verdade para empreendimentos lucrativos, projetos de desenvolvimento de serviços e esforços em prol de causas.
IDIS – Mas se os esforços em advocacy nunca saem como pensado, qual é o valor do planejamento?Foltz - O valor está na tentativa de ser o mais explícito possível no conceito de como o processo deveria ocorrer. Esse planejamento permite que as instituições responsáveis pelas ações (e os financiadores) identifiquem quais suposições estavam erradas quando o projeto seguir por outro caminho. Além disso, a minha segunda maior dica é: escolha o menor público-alvo possível para o seu trabalho em advocacy. Isso permite utilizar recursos escassos até o limite. Nós recomendamos aos nossos clientes: não tentem alcançar o público em geral. Tente alcançar apenas aqueles que de fato vão realizar aquilo que vocês desejam que aconteça.
IDIS - Em sua opinião, qual é a importância da prática no investimento social privado?Foltz – O advocacy pode alavancar a abrangência da fundação para muito além do que seria alcançado por meio do mero financiamento ou da prestação de serviços. Até mesmo Bill Gates afirmou que seus bilhões em filantropia nunca seriam suficientes para lidar com os enormes desafios em saúde pública que ele estabeleceu. Ele reconhece a necessidade de advogar a favor de mais financiamento de fontes nacionais e internacionais.
IDIS – Os processos de advocacy impõem um obstáculo considerável: a avaliação. Como uma instituição pode identificar progressos em sua teoria da mudança sem se ater apenas a dados quantitativos?Foltz - Isso é sem dúvida difícil. Mas é possível, na maioria dos casos, ao menos demonstrar se uma organização contribuiu para a mudança desejada. Se nós não tentarmos resolver essa questão, é possível que continuemos a medir os produtos sem nunca demonstrar que essa atividade faz uma diferença significativa.
IDIS – Qual a diferença entre avaliar a oferta de serviços e avaliar advocacy?Foltz - A avaliação de serviços geralmente apresenta produtos e resultados claros, que permitem a comparação entre projetos com diferentes abordagens. Políticas de advocacy dificilmente admitem essa oportunidade: é essencialmente um experimento que envolve interações complexas entre pessoas, suas políticas e o contexto econômico. É raro identificar com precisão o que causa mudanças em políticas e comportamentos de pessoas no poder.
IDIS - Você pode dar exemplos de processos bem-sucedidos de avaliação ou boas estratégias para a mudança social?Foltz – No Aspen Institute, nós estamos satisfeitos com a avaliação de esforços de advocacy em 20 projetos que buscam influenciar a política externa norte-americana no próximo governo. Todas essas iniciativas tentaram, usando várias estratégias e táticas, garantir que candidatos para a presidência e o congresso discutissem questões específicas. Muitos reconheceram que nosso trabalho ajudou a planejar suas ações com mais cuidado e a ajustar suas ações com o desenrolar do projeto. Mais amplamente, sem dúvida, há muitos exemplos mudanças sociais profundas: as reduções de motoristas alcoolizados e o uso de cigarro ou o aumento na utilização de cinto de segurança são exemplos clássicos. Essas campanhas utilizaram estratégias de comunicação massivas ao mesmo tempo em que realizaram políticas de lobby e de demandas judiciais. E as mudanças vieram, como as que nós esperamos nos próximos 4 anos.
IDIS - Como planejar a mudança social?Foltz - Mudança social é um processo extremamente complexo. Como primeiro passo, eu estimulo os investidores a analisar onde estão hoje e onde eles desejam ir – ou seja, mapear o estado atual do problema e realizar um inventário de ativos. Isso é senso comum, mas nós descobrimos que muitas instituições ignoram esse cuidado por desejar colocar a mão na massa o mais rápido possível. Além disso, sem planejamento é possível se perder antes de atingir aquele objetivo de longo prazo que implica em mudança social. O mapeamento consiste em um planejamento cuidadoso que pode ajudar a antecipar rotas alternativas. Isso pode ajudar o agente da mudança – a fundação e seus parceiros – a responder com rapidez a obstáculos.
IDIS - A avaliação é parte do processo de prestar contas ao público?Foltz - Avaliação em qualquer esforço de investimento social privado é uma parte crítica de prestar contas ao público. Nosso trabalho agora tem como objetivo ajudar doadores e mobilizadores de recursos a ser leal com o público. A transparência financeira é uma das etapas desse processo e é fruto de sistemas de controle que deveriam nascer naturalmente em instituições de investimento social privado. Afinal, a maioria daqueles que fizeram grandes fortunas sabe como manter contas claras e transparentes. O próximo passo é dividir esse status com o público via relatórios e informes acessíveis.
IDIS - Baseado na sua experiência na Carnegie Corporation e no Aspen Institute, quais são as diferenças entre instituições novas e tradicionais?Foltz - A Fundação Carnegie foi e continua sendo uma instituição muito tradicional e uma das mais antigas dos Estados Unidos. O próprio nome corporação, escolhido por Carnegie, mostra o tamanho das iniciativas realizadas por uma equipe profissional e que tem autonomia em relação a um conselho independente. Suas contribuições foram marcantes, como pesquisas sobre questões raciais ou a importância da educação na primeira infância. Mais recentemente, eu trabalhei com instituições mais novas. Algumas que estavam lutando para definir um novo modelo para a filantropia, especialmente uma que misture soluções baseadas em prerrogativas do mercado com elementos tradicionais da filantropia. Esse é um novo campo, tanto a partir de uma perspectiva legal quanto programática, com o maior envolvimento de fundadores e financiadores.
IDIS - Como fundações tradicionais podem se modernizar com responsabilidade?Foltz - No contexto norte-americano, modernizar-se significa adotar formas híbridas de investimento social privado. Ou seja, a reorganização de uma fundação para se tornar uma instituição que desenvolve projetos ao invés de ser apenas doadora. Também é possível explorar abordagens baseadas no mercado. São algumas mudanças que requerem alterações na escritura e no status legal da instituição e que podem ser bem complicadas. Eu saúdo a criatividade e a energia que essas novas abordagens podem trazer, mas criatividade é, por definição, um caminho arriscado. É preciso evitar um desfecho comum: quando os beneficiários das ações pagam as contas de processos criativos que deram errado.
3/12/2008 – David Devlin-Foltz foi um dos palestrantes do Módulo 5 do curso Foundation School, que discutiu a avaliação de resultados e impacto de projetos de investimento social privado. Diretor da Global Interdependence Initiative (GII), Devlin-Foltz trabalha com grupos de fundações e institutos que atuam por meio de advocacy, isto é, fazendo o acompanhamento da atuação do poder público, conscientizando a sociedade e mobilizando a população em torno de uma causa. O GII é o braço do Aspen Institute em Washington que atua a favor do estabelecimento de políticas conjuntas em assuntos globais como aquecimento do planeta e o combate à AIDS.
O Continuous Progress Strategic Services (CPSS) é uma das atrações do GII. Por meio dele, organizações sem fins lucrativos como o Connect US Funding (mantida pela Ford Foundation, a Hewlett Foundation, a Charles Stewart Mott Foundation, o Rockefeller Brothers Fund e o Open Society Institute) conseguem criar planos de ação e avaliar seus esforços para influenciar a política externa norte-americana. Eles utilizam o Composite Logic Model, uma ferramenta criada para o planejamento e análise de campanhas em benefício de causas específicas. Uma versão mais simples, o Advocacy Progress Planner está disponível na internet para que investidores possam pensar, passo a passo, sobre objetivos, impactos, públicos-alvos, ações específicas e benchmarks em advocacy.
Com mais de 20 anos de experiência trabalhando em organizações como a Carnegie Corporation e o Institute of International Education, Foltz falou ao portal do IDIS sobre os benefícios de políticas de advocacy e estratégias de avaliação. Confira os principais trechos.
IDIS - Como bons projetos de advocacy são construídos?David Devlin-Foltz – Com planejamento. Bom planejamento em advocacy significa reconhecer que o processo contém um paradoxo: ele quase nunca sai como planejado. Por quê? Porque muito do processo político e de elaboração de políticas públicas está além do controle ou da habilidade de previsão do responsável. Afinal, tudo que vale a pena ser feito, vale a pena ser planejado com cuidado. Isso é uma verdade para empreendimentos lucrativos, projetos de desenvolvimento de serviços e esforços em prol de causas.
IDIS – Mas se os esforços em advocacy nunca saem como pensado, qual é o valor do planejamento?Foltz - O valor está na tentativa de ser o mais explícito possível no conceito de como o processo deveria ocorrer. Esse planejamento permite que as instituições responsáveis pelas ações (e os financiadores) identifiquem quais suposições estavam erradas quando o projeto seguir por outro caminho. Além disso, a minha segunda maior dica é: escolha o menor público-alvo possível para o seu trabalho em advocacy. Isso permite utilizar recursos escassos até o limite. Nós recomendamos aos nossos clientes: não tentem alcançar o público em geral. Tente alcançar apenas aqueles que de fato vão realizar aquilo que vocês desejam que aconteça.
IDIS - Em sua opinião, qual é a importância da prática no investimento social privado?Foltz – O advocacy pode alavancar a abrangência da fundação para muito além do que seria alcançado por meio do mero financiamento ou da prestação de serviços. Até mesmo Bill Gates afirmou que seus bilhões em filantropia nunca seriam suficientes para lidar com os enormes desafios em saúde pública que ele estabeleceu. Ele reconhece a necessidade de advogar a favor de mais financiamento de fontes nacionais e internacionais.
IDIS – Os processos de advocacy impõem um obstáculo considerável: a avaliação. Como uma instituição pode identificar progressos em sua teoria da mudança sem se ater apenas a dados quantitativos?Foltz - Isso é sem dúvida difícil. Mas é possível, na maioria dos casos, ao menos demonstrar se uma organização contribuiu para a mudança desejada. Se nós não tentarmos resolver essa questão, é possível que continuemos a medir os produtos sem nunca demonstrar que essa atividade faz uma diferença significativa.
IDIS – Qual a diferença entre avaliar a oferta de serviços e avaliar advocacy?Foltz - A avaliação de serviços geralmente apresenta produtos e resultados claros, que permitem a comparação entre projetos com diferentes abordagens. Políticas de advocacy dificilmente admitem essa oportunidade: é essencialmente um experimento que envolve interações complexas entre pessoas, suas políticas e o contexto econômico. É raro identificar com precisão o que causa mudanças em políticas e comportamentos de pessoas no poder.
IDIS - Você pode dar exemplos de processos bem-sucedidos de avaliação ou boas estratégias para a mudança social?Foltz – No Aspen Institute, nós estamos satisfeitos com a avaliação de esforços de advocacy em 20 projetos que buscam influenciar a política externa norte-americana no próximo governo. Todas essas iniciativas tentaram, usando várias estratégias e táticas, garantir que candidatos para a presidência e o congresso discutissem questões específicas. Muitos reconheceram que nosso trabalho ajudou a planejar suas ações com mais cuidado e a ajustar suas ações com o desenrolar do projeto. Mais amplamente, sem dúvida, há muitos exemplos mudanças sociais profundas: as reduções de motoristas alcoolizados e o uso de cigarro ou o aumento na utilização de cinto de segurança são exemplos clássicos. Essas campanhas utilizaram estratégias de comunicação massivas ao mesmo tempo em que realizaram políticas de lobby e de demandas judiciais. E as mudanças vieram, como as que nós esperamos nos próximos 4 anos.
IDIS - Como planejar a mudança social?Foltz - Mudança social é um processo extremamente complexo. Como primeiro passo, eu estimulo os investidores a analisar onde estão hoje e onde eles desejam ir – ou seja, mapear o estado atual do problema e realizar um inventário de ativos. Isso é senso comum, mas nós descobrimos que muitas instituições ignoram esse cuidado por desejar colocar a mão na massa o mais rápido possível. Além disso, sem planejamento é possível se perder antes de atingir aquele objetivo de longo prazo que implica em mudança social. O mapeamento consiste em um planejamento cuidadoso que pode ajudar a antecipar rotas alternativas. Isso pode ajudar o agente da mudança – a fundação e seus parceiros – a responder com rapidez a obstáculos.
IDIS - A avaliação é parte do processo de prestar contas ao público?Foltz - Avaliação em qualquer esforço de investimento social privado é uma parte crítica de prestar contas ao público. Nosso trabalho agora tem como objetivo ajudar doadores e mobilizadores de recursos a ser leal com o público. A transparência financeira é uma das etapas desse processo e é fruto de sistemas de controle que deveriam nascer naturalmente em instituições de investimento social privado. Afinal, a maioria daqueles que fizeram grandes fortunas sabe como manter contas claras e transparentes. O próximo passo é dividir esse status com o público via relatórios e informes acessíveis.
IDIS - Baseado na sua experiência na Carnegie Corporation e no Aspen Institute, quais são as diferenças entre instituições novas e tradicionais?Foltz - A Fundação Carnegie foi e continua sendo uma instituição muito tradicional e uma das mais antigas dos Estados Unidos. O próprio nome corporação, escolhido por Carnegie, mostra o tamanho das iniciativas realizadas por uma equipe profissional e que tem autonomia em relação a um conselho independente. Suas contribuições foram marcantes, como pesquisas sobre questões raciais ou a importância da educação na primeira infância. Mais recentemente, eu trabalhei com instituições mais novas. Algumas que estavam lutando para definir um novo modelo para a filantropia, especialmente uma que misture soluções baseadas em prerrogativas do mercado com elementos tradicionais da filantropia. Esse é um novo campo, tanto a partir de uma perspectiva legal quanto programática, com o maior envolvimento de fundadores e financiadores.
IDIS - Como fundações tradicionais podem se modernizar com responsabilidade?Foltz - No contexto norte-americano, modernizar-se significa adotar formas híbridas de investimento social privado. Ou seja, a reorganização de uma fundação para se tornar uma instituição que desenvolve projetos ao invés de ser apenas doadora. Também é possível explorar abordagens baseadas no mercado. São algumas mudanças que requerem alterações na escritura e no status legal da instituição e que podem ser bem complicadas. Eu saúdo a criatividade e a energia que essas novas abordagens podem trazer, mas criatividade é, por definição, um caminho arriscado. É preciso evitar um desfecho comum: quando os beneficiários das ações pagam as contas de processos criativos que deram errado.
Avaliação de projetos sociais entra na pauta das empresas
Avaliação de projetos sociais entra na pauta das empresas
1/12/2008 – A pesquisa Avaliação de Investimentos Sociais no Setor Privado, divulgada pelo Instituto Fonte e pela Fundação Itaú Social, analisa o planejamento e a aplicação de verificações de impacto das ações sociais corporativas no Brasil. No levantamento, 137 das 211 empresas pesquisadas (75%) afirmaram avaliar suas intervenções sociais. Segundo especialistas, o número destoa da realidade.
O primeiro indício do descolamento aparece a partir da comparação com os dados do Censo GIFE 2007-2008. Ali, 64% das fundações e 53% das empresas associadas ao Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) declararam realizar avaliações de suas iniciativas sociais. “Essa é uma amostra mais qualificada, preocupada com o amadurecimento e com o papel político de seu investimento e, portanto, mais propícia a realizar avaliações”, aponta Daniel Brandão, consultor associado do Instituto Fonte.
Já 43% do grupo analisado por Brandão são empresas que não estão aliadas a entidades representativas de práticas no terceiro setor, embora o estudo também comporte membros do GIFE e do Instituto Ethos (20% fazem parte dos dois grupos). “Nossa amostra é representativa da realidade das empresas brasileiras, que mescla posicionamentos mais e menos maduros em relação ao investimento social ”, afirma o especialista.
Outra pista é a falta de informação sobre os recursos investidos nas avaliações. Mais de dois terços das empresas (69%) afirmaram não saber o quanto gastaram em avaliação em 2006 e 75% não sabem estabelecer a quantia aplicada no último ano. Para Brandão, os dados sustentam a hipótese de que ou essas instituições não a realizam ou a prática não é um tópico formalizado dentro do orçamento dos projetos.
“Mesmo que elas não avaliem, as respostas apontam que o tema já é um discurso, ou seja, as pessoas percebem sua importância”, conclui o consultor. A consciência ainda leva quase a metade dos entrevistados (44%) a garantir que os resultados influenciam sua estratégia de investimento social em comunidades.
Processo participativo
O desenvolvimento de processos participativos foi apontado por 10% dos entrevistados como um dos desafios para a avaliação de projetos sociais. Saber trazer os beneficiários das iniciativas para a discussão e descobrir como julgar suas posições são formas de fortalecer os processos de análise. “Vinda de diretores de marketing, de sustentabilidade e de comunicação social, a postura revela uma tendência ao abandono de um modelo gerencialista que dominou as avaliações a partir dos anos 90”, Brandão revela.
Isso porque a cultura de gestão trazida ao terceiro setor pela expansão do investimento social corporativo significou, em grande parte, na mera transposição intersetorial de tecnologias. Para o especialista, o movimento é perigoso. “É importante que a avaliação entre na pauta de discussão por influência do segundo setor, mas a teoria e a prática dessas questões devem ser desenvolvidas dentro do campo social”, afirma. O objetivo é fortalecer a criação de uma disciplina - com ferramentas, métodos e campos teóricos - própria do terceiro setor.
A questão inspirou mais uma pesquisa do Instituto Fonte e da Fundação Itaú Social. Com o estudo Identificação e Análise da Produção Acadêmica Brasileira sobre Avaliação de Projetos Sociais, a pesquisadora Martina Rillo Otero quis identificar se a academia está preocupada com essa questão e se, eventualmente, pode atender um campo com potencial de crescimento. “Se levarmos em consideração apenas os investidores privados, é um campo que investe de mais de 3 bilhões de reais por ano”, aponta Brandão.
A análise de bases eletrônicas de pesquisa desde 1970 até hoje identificou 130 dissertações de tese que estudaram a avaliação. Destas, 37% se dedicavam ao estudo de caso de iniciativas do setor público, 32% de ações do setor privado e 11% se debruçam sobre o debate conceitual da questão.
Os dois levantamentos serão disponibilizados ao público no site do Instituto Fonte.
1/12/2008 – A pesquisa Avaliação de Investimentos Sociais no Setor Privado, divulgada pelo Instituto Fonte e pela Fundação Itaú Social, analisa o planejamento e a aplicação de verificações de impacto das ações sociais corporativas no Brasil. No levantamento, 137 das 211 empresas pesquisadas (75%) afirmaram avaliar suas intervenções sociais. Segundo especialistas, o número destoa da realidade.
O primeiro indício do descolamento aparece a partir da comparação com os dados do Censo GIFE 2007-2008. Ali, 64% das fundações e 53% das empresas associadas ao Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) declararam realizar avaliações de suas iniciativas sociais. “Essa é uma amostra mais qualificada, preocupada com o amadurecimento e com o papel político de seu investimento e, portanto, mais propícia a realizar avaliações”, aponta Daniel Brandão, consultor associado do Instituto Fonte.
Já 43% do grupo analisado por Brandão são empresas que não estão aliadas a entidades representativas de práticas no terceiro setor, embora o estudo também comporte membros do GIFE e do Instituto Ethos (20% fazem parte dos dois grupos). “Nossa amostra é representativa da realidade das empresas brasileiras, que mescla posicionamentos mais e menos maduros em relação ao investimento social ”, afirma o especialista.
Outra pista é a falta de informação sobre os recursos investidos nas avaliações. Mais de dois terços das empresas (69%) afirmaram não saber o quanto gastaram em avaliação em 2006 e 75% não sabem estabelecer a quantia aplicada no último ano. Para Brandão, os dados sustentam a hipótese de que ou essas instituições não a realizam ou a prática não é um tópico formalizado dentro do orçamento dos projetos.
“Mesmo que elas não avaliem, as respostas apontam que o tema já é um discurso, ou seja, as pessoas percebem sua importância”, conclui o consultor. A consciência ainda leva quase a metade dos entrevistados (44%) a garantir que os resultados influenciam sua estratégia de investimento social em comunidades.
Processo participativo
O desenvolvimento de processos participativos foi apontado por 10% dos entrevistados como um dos desafios para a avaliação de projetos sociais. Saber trazer os beneficiários das iniciativas para a discussão e descobrir como julgar suas posições são formas de fortalecer os processos de análise. “Vinda de diretores de marketing, de sustentabilidade e de comunicação social, a postura revela uma tendência ao abandono de um modelo gerencialista que dominou as avaliações a partir dos anos 90”, Brandão revela.
Isso porque a cultura de gestão trazida ao terceiro setor pela expansão do investimento social corporativo significou, em grande parte, na mera transposição intersetorial de tecnologias. Para o especialista, o movimento é perigoso. “É importante que a avaliação entre na pauta de discussão por influência do segundo setor, mas a teoria e a prática dessas questões devem ser desenvolvidas dentro do campo social”, afirma. O objetivo é fortalecer a criação de uma disciplina - com ferramentas, métodos e campos teóricos - própria do terceiro setor.
A questão inspirou mais uma pesquisa do Instituto Fonte e da Fundação Itaú Social. Com o estudo Identificação e Análise da Produção Acadêmica Brasileira sobre Avaliação de Projetos Sociais, a pesquisadora Martina Rillo Otero quis identificar se a academia está preocupada com essa questão e se, eventualmente, pode atender um campo com potencial de crescimento. “Se levarmos em consideração apenas os investidores privados, é um campo que investe de mais de 3 bilhões de reais por ano”, aponta Brandão.
A análise de bases eletrônicas de pesquisa desde 1970 até hoje identificou 130 dissertações de tese que estudaram a avaliação. Destas, 37% se dedicavam ao estudo de caso de iniciativas do setor público, 32% de ações do setor privado e 11% se debruçam sobre o debate conceitual da questão.
Os dois levantamentos serão disponibilizados ao público no site do Instituto Fonte.
Boletim Infoirmativo sobre a 20ª Conferência Internacional de Redução de Danos em 2009
Boletín informativo 20º Conferencia Internacional de Reducción de Daños 2009. Asociación Internacional de Reducción de Daños.
Una carta abierta del Profesor Stimson, Director de la Conferencia
Durante los últimos meses, ha habido mucho trabajo en la planificación y organización de la 20º Conferencia Internacional de Reducción de Daños de 2009, organizada por la Asociación Internacional de Reducción de Daños (IHRA). Con esta carta, me gustaría actualizarlos sobre algunos de los acontecimientos significativos con los que promete ser hito para la reducción de daños en Tailandia, en el Sur-este de Asia e internacionalmente.
El lugar de la Conferencia
La conferencia tomará lugar en el ¨Imperial Queen´s Park Hotel¨ (que es el alojamiento oficial para la conferencia) – y no el ¨Queen Sirikit National Convention Centre¨ como estaba planeado previamente. El nuevo lugar nos ofrece mayor flexibilidad en los términos del programa. Hay una amplia gama de facilidades y disponibilidades en el hotel para sesiones, talleres, reuniones satélite y eventos secundarios. También está la ventaja adicional que los participantes no tendrán que viajar del hotel de la conferencia a otro lugar.
Fechas de la Conferencia
La conferencia se llevará a cabo en cuatro días completos (desde el lunes el 20 hasta el jueves 23 de Abril) al contrario de tres días completos y dos días y medio – como fue el caso en años anteriores. La sesión inaugural – que incluirá notables oradores, dignatarios locales y representantes de la comunidad – tomará lugar en la mañana del lunes 20 de Abril. La sesión de cierre será en la tarde del jueves 23 de Abril. Este cambio estructural nos proporciona más espacio para sesiones y talleres – y también deja todo el domingo 19 de Abril disponible para las reuniones satélite y otros eventos (que pueden ser albergados en el hotel).
El Programa de la Conferencia
El Comité Ejecutivo de Programa ha trabajado mucho para desarrollar un programa excelente para la Reducción de Daños 2009. La fecha de entrega de resúmenes fue el pasado 10 de Noviembre de 2008, y hemos recibido casi 900 resúmenes de todas partes del mundo. Eso significa que hay lugar en el programa para que aproximadamente uno de cada cinco de estos resúmenes puedan ser presentados – con aún más posibilidades para que otros presenten en talleres o expongan como posters. Los resúmenes están siendo en este momento revisados por nuestro Grupo Internacional Consultivo del Programa.
Tres sesiones plenarias están siendo planeadas:
El uso de drogas inyectables y el VIH: Un resumen detallado de la situación y la respuesta en Asia.
Metanfetamina.
La Reducción de Daños y los Derechos Humanos (el tema de la conferencia).
También se están planificando más de 15 Sesiones Principales (un aumento con respecto a conferencias previas) y alrededor de 30 Sesiones simultáneas. Las Sesiones Principales han sido desarrolladas para cubrir una amplia gama de temas referidos a la reducción de daños de interés para los investigadores, políticos, defensores y trabajadores de primera línea. Estos temas incluyen Alcohol, Servicios de Tuberculosis y VIH, Enfermería, Guerra contra las Drogas, Roles de géneros y Mujeres, Evidencia para la Reducción de Daños, Jóvenes, Orden público, Cárceles, Tratamiento de drogas, Intervenciones legales, Trabajo sexual, Pobreza, Ámbitos de riesgo y Empleo para usuarios de drogas.
Las decisiones finales sobre el programa serán tomadas en la ¨Reunión Maratón¨ del Comité Ejecutivo del Programa entre el 9 y 11 de Diciembre en Bangkok. Brindaremos información a los autores y delegados de resúmenes tan pronto como sea posible vía email y a través de la página de web de la conferencia.
Para 2009, también hemos estado trabajando mucho para acomodar más sesiones interactivas, talleres sobre construcción de habilidades y eventos de la comunidad y anticipamos que habrá mucho espacio para esas actividades valiosas en adición al programa de resúmenes. Se espera que esto ayude a promover aún más la reducción de daños en Tailandia y alrededor del sur-este de Asia así como también proveer oportunidades a grupos de la sociedad civil claves locales e internacionales. Pronto estarán disponibles más detalles.
Traducción
Todas las sesiones plenarias y sesiones principales tendrán traducciones simultáneas en inglés y tailandés – asó como la mitad de las sesiones paralelas. Una versión en tailandés de la página web de la conferencia estará disponible pronto.
Becas
Igual que en años previos, ha habido una gran demanda para becas e inscripciones sin costo para la Conferencia de Reducción de Daños 2009. Esto es algo positivo, porque indica un amplio interés en el evento – particularmente de la sociedad civil, personas que usan drogas y ONG de Tailandia y el sur-este de Asia. El apoyo a través de becas depende totalmente de las contribuciones de donantes internacionales como IHRD y UNAIDS. Desafortunadamente, el apoyo de donantes para esta conferencia no ha sido tan bueno como en años anteriores, pero aún esperamos que haya una buena cantidad de becas disponibles para oradores y delegados del país anfitrión y la región. Todavía no podemos hacer ningún anuncio formal sobre las becas hasta tanto tengamos acuerdos asegurados de los donantes.
IHRA nunca tendrá la capacidad de satisfacer la demanda de becas para nuestras conferencias, por lo tanto recomendamos que aquellas personas que están buscando apoyo para asistir a la conferencia se acerquen a las organizaciones regionales y nacionales de la ONU, ONG internacionales, gobiernos y otros posibles financiadores. Por supuesto, IHRA puede proporcionar cartas de apoyo necesarias para este proceso.
El Precio de la Conferencia
Los costos para delegados para Reducción de Daños 2009 están quietos o reducidos en comparación a las dos conferencias previas – dependiendo de la cuota de la categoría. Hay descuentos disponibles para reservas de grupos, delegados de países con ingresos bajos o medios, estudiantes, personas que usan drogas, miembros de IHRA, tailandeses, y las personas que pagan antes del 22 de enero de 2009.
Por otra parte, las fluctuaciones monetarias a nivel global también significan que – para muchos delegados – ha habido una reducción sustancial en el costo para asistir a la conferencia a causa de la caída del valor del Libra esterlina (£). Instamos a los delegados a tomar ventaja de la situación para registrarse y pagar tan pronto como les sea posible.
Apoyo de la Conferencia
Ya tenemos más de treinta organizaciones que son Socios de la Conferencia u Organizaciones de Apoyo. Muchos de estos grupos – y otros – ya están usando la conferencia para abogar por la reducción de daños y los derechos humanos. Muchos también ya tienen planes para traer una cantidad sustancial de participantes para aprovechar esta oportunidad única para aprender sobre los avances en las políticas y las prácticas de reducción de daños.
Durante los pasados meses, ha habido una serie de consultas entre ONG, personas que usan drogas y grupos de la sociedad civil en Tailandia, la región y en otras partes. Estas han indicado el apoyo para el evento y han reconocido las oportunidades para promover la reducción de daños.
Con respeto a Tailandia específicamente, la conferencia coincide con un futuro y significativo apoyo nacional del Fondo Global para la lucha contra el SIDA, la Tuberculosis y la Malaria. También han sido propuestas reuniones en la Reducción de Daños 2009 para discutir la política tailandesa sobre drogas, una nueva política nacional de reducción de daños, el subsidio del Fondo Global, y el futuro de la reducción de daños en Tailandia. Estas involucrarán al gobierno, a las ONG y a la sociedad civil.
Servicios Médicos y de Reducción de Daños
La salud, cuidado y seguridad de todos los participantes de la conferencia siempre es un asunto principal. Como tal, estamos comprometidos a facilitar la participación de personas que usan drogas. En el lugar habrá un espacio especial para el usuario de drogas. También hay planes – en colaboración con el gobierno tailandés y otras partes interesadas clave – permitir la importación personal de medicinas esenciales como metadona y buprenorfina, y la prescripción de metadona en Tailandia. También se están discutiendo acuerdos para la provisión de equipos para el uso de drogas seguro, naloxone (para la prevención de sobredosis), primeros auxilios y otros servicios de apoyo médico. Una Sub- Comisión Médica de la Comisión de Organización Local ha sido establecida para dirigir esta área de la conferencia. Tan pronto sea posible habrá más detalles disponibles en la página web a los fines de asistir a los delegados.
Entrada a Tailandia
Se les solicita a todos los delegados a revisar los requisitos para visas en el futuro de con suficiente anticipación a su viaje a Tailandia. Por favor visite http://thailand-visa.net para más información. También habrá un puesto de bienvenida en el Aeropuerto de Bangkok y haremos todo lo posible para asegurar que la conferencia se lleva a cabo en un ambiente seguro y cordial para todos nuestros participantes.
En general, todo indica que será una excelente conferencia de reducción de daños y una oportunidad significativa para avanzar en el tema de reducción de daños en Tailandia y en el Sur-este de Asia. Yo, y el personal de la Asociación Internacional de Reducción de Daños, el Consorcio de la Conferencia y nuestros socios, esperamos con interés darle la bienvenida a Bangkok el próximo Abril.
Profesor Gerry Stimson
15/12/2008
Cópia:Data:Sun, 14 Dec 2008 23:47:00 -0200Assunto:{Psicotropicus-GT} GT SAO PAULO2a Reunião Preparatória sobre a Posição do Brasil frente à Política Mundial de DrogasOcorrerá na próxima terça-feira na capital paulista a "2a Reunião Preparatória sobre a posição do Brasil frente à política mundial de drogas". O encontro é promovido pela ONG carioca Psicotropicus em parceria com a Rede Brasileira de Redução de Danos (REDUC), e conta com o apoio da Foundation Open Society Institute (Fundação Instituto Sociedade Aberta), instituição liderada por George Soros, nos Estados Unidos.Participarão cerca de 30 entidades estratégicas, entre eles representantes do movimento de redução de danos, HIV, Direitos Humanos, Saúde Mental, pesquisadores acadêmicos (entre eles, o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos - NEIP), parlamentares e organizações governamentais.O objetivo é elaborar um documento que sintetize a posição da sociedade civil brasileira sobre a política internacional de drogas, que será apresentado na 52a reunião da Comissão sobre Entorpecentes (CND) da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá em março de 2009, em Viena. Este encontro será precedido de uma reunião ministerial de dois dias que acordará a estrutura para a próxima fase da política de drogas da ONU.O documento, que tem caráter político, pretende estabelecer uma crítica à atual política de guerra às drogas e seus resultados perversos, incentivando o papel do conhecimento científico nos debates sobre as políticas de drogas - geralmente pautados exclusivamente por uma visão biologizante, moralista e repressiva -, bem como atentar para a necessidade de defesa dos direitos humanos das pessoas que usam drogas e das pessoas que vivem com HIV/AIDS.A reunião será filmada e transmitida ao vivo pela internet através do linkhttp://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/TvWeb?vgnextoid=4723a1ac72eb8110VgnVCM100000600014acRCRD; "Plenário D. Pedro I".Data:16 de dezembro, terça-feira, das 10:00hs às 13:00hs.Acompanhe! Assista! Divulgue!O encontro contará com uma apresentação de Cristiano Maronna, advogado do IBBCRIM. Leia aqui um texto curto de sua autoria, "Em busca da racionalidade perdida": http://www.bialabate.net/news/em-busca-da-racionalidade-perdida--~--~---------~--~----~------------~-------~--~----~Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "Psicotropicus-GT" em Grupos do Google. Para postar neste grupo, envie um e-mail para psicotropicus-gt@googlegroups.com Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para psicotropicus-gt+unsubscribe@googlegroups.com Para ver mais opções, visite este grupo em http://groups.google.com.br/group/psicotropicus-gt?hl=pt-BR -~----------~----~----~----~------~----~------~--~---
10/12/2008
Unesco critica atuação pontual no combate às drogas
BRASÍLIA- O estudo "A educação como processo de redução das vulnerabilidades relacionadas ao uso de drogas: levantamento de experiências no Brasil" apresentado nesta manhã no Palácio do Planalto aponta que as instituições governamentais e não governamentais ainda atuam de forma pontual nas ações de prevenção e atenção ao uso de drogas.
Segundo a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes, há uma necessidade de maior envolvimento de todo o setor de educação, da sociedade civil e do governo para realizar um trabalho que tenha continuidade. "A questão da prevenção ainda é muito pontual. Não temos observado a continuidade nos programas oferecidos por instituições que atuam no setor de combate as drogas. Drogas ainda são uma espécie de tabu nas escolas. As escolas precisam trabalhar com esta questão. A sustentabilidade é fundamental", acrescentou.
De acordo com o levantamento apresentado, das 574 instituições mapeadas pelo estudo que realizavam ações de redução e prevenção de danos, apenas 80 delas responderam a questionários encaminhados pela Unesco. Dessas, 21% afirmaram que atuam de 1 a 4 anos na área de prevenção, 35% atuam de 5 a 10 anos, 27,5% atuam de 10 a 15 anos e as demais há mais de 15 anos. As instituições localizam-se em sua maioria na região sudeste, seguidas pelas regiões Sul e Centro-oeste. A maioria delas era não governamental (78,75%).
Dentro dos tipos de atendimentos e serviços prestados, as organizações não governamentais desenvolvem mais ações em apoio direto as pessoas, informações e mobilização comunitária. As organizações governamentais e não governamentais apontaram como atendimento majoritário a atenção à comunidade, mulheres e usuários de drogas.
Das atividades educativas relatadas, destacam-se oficinas de desenvolvimento de competências e lideranças e atividades de alfabetização e articulação com as escolas. Instituições governamentais e não governamentais registraram que atuam em projetos pilotos para transformá-los em política pública.
O estudo faz parte de um programa de redução de danos que vem sendo desenvolvido no país pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil) em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas da Presidência da República (SENAD), o Ministério da Saúde (Programa Nacional DST/AIDS, Programa de Hepatites Virais, Área Técnica de Saúde Mental) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). O projeto, financiado pela Comissão Européia, deverá ser apresentado no primeiro trimestre de 2009.
-- Flavio Campos NetoSecretaria Especial de Juventude e EmpregoSecretário Executivo do Comitê Intersetorial de Juventude(81) 3183-7222(81) 9247-3193Skype: flaviocamposnetoflaviocampos@gmail.com
Segundo a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes, há uma necessidade de maior envolvimento de todo o setor de educação, da sociedade civil e do governo para realizar um trabalho que tenha continuidade. "A questão da prevenção ainda é muito pontual. Não temos observado a continuidade nos programas oferecidos por instituições que atuam no setor de combate as drogas. Drogas ainda são uma espécie de tabu nas escolas. As escolas precisam trabalhar com esta questão. A sustentabilidade é fundamental", acrescentou.
De acordo com o levantamento apresentado, das 574 instituições mapeadas pelo estudo que realizavam ações de redução e prevenção de danos, apenas 80 delas responderam a questionários encaminhados pela Unesco. Dessas, 21% afirmaram que atuam de 1 a 4 anos na área de prevenção, 35% atuam de 5 a 10 anos, 27,5% atuam de 10 a 15 anos e as demais há mais de 15 anos. As instituições localizam-se em sua maioria na região sudeste, seguidas pelas regiões Sul e Centro-oeste. A maioria delas era não governamental (78,75%).
Dentro dos tipos de atendimentos e serviços prestados, as organizações não governamentais desenvolvem mais ações em apoio direto as pessoas, informações e mobilização comunitária. As organizações governamentais e não governamentais apontaram como atendimento majoritário a atenção à comunidade, mulheres e usuários de drogas.
Das atividades educativas relatadas, destacam-se oficinas de desenvolvimento de competências e lideranças e atividades de alfabetização e articulação com as escolas. Instituições governamentais e não governamentais registraram que atuam em projetos pilotos para transformá-los em política pública.
O estudo faz parte de um programa de redução de danos que vem sendo desenvolvido no país pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil) em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas da Presidência da República (SENAD), o Ministério da Saúde (Programa Nacional DST/AIDS, Programa de Hepatites Virais, Área Técnica de Saúde Mental) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). O projeto, financiado pela Comissão Européia, deverá ser apresentado no primeiro trimestre de 2009.
-- Flavio Campos NetoSecretaria Especial de Juventude e EmpregoSecretário Executivo do Comitê Intersetorial de Juventude(81) 3183-7222(81) 9247-3193Skype: flaviocamposnetoflaviocampos@gmail.com
06/12/2008
Especial: Pesquisadores da USP estudam novo método de prevenção a Aids
Especial: Pesquisadores da USP estudam novo método de prevenção a Aids Por Marcelo Hailer 1/12/2008 - 12:42
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Segundo o censo epidemiológico de 2008 do programa brasileiro DST/AIDS, o Brasil tem hoje 640 mil pessoas infectadas com o vírus HIV, sendo que, um dado preocupante foi revelado: a maior o número de novos casos cresceu entre homens heterossexuais acima de 50 anos. Para conter o avanço da epidemia, novas estratégias de prevenção vem sendo estudadas. Entre elas os microbicidas, a circuncisão e, mais recentemente, a profilaxia pré-exposição."Os números da epidemia ainda são muito altos no mundo e tem se pensado em novas estratégias de prevenção. Vai levar muitos anos para termos uma vacina que funcione. Por isso, hoje tem se pensado na questão da 'Profilaxia Pré-Exposição', de se usar um medicamento que possa complementar o sexo seguro e prevenir a infecção nas populações mais vulneráveis", diz Ricardo Gambôa, coordenador de recrutamento e retenção do estudo iPrEx (iniciativa Profilaxia Pré-Exposição), que acontece na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Trata-se de um estudo de um comprimido complementar à prevenção do vírus da AIDS.Ricardo conta que a equipe vem se preparando para o início do estudo desde o ano passado. A respeito do remédio, o Truvada, Ricardo explica que se trata de "um comprimido composto por dois medicamentos: Entricitabina e Tenofovir. Um estudo com o Tenofovir foi feito com mulheres na África e teve um número bastante positivo em termos de prevenção, cerca de 70%".Já em fase de teste com animais, o remédio tem obtido resultados positivos . "O uso do Truvada nos animais impediu em 100% dos casos que eles fossem infectados por um vírus semelhante ao HIV". Ricardo Gambôa revela também que o medicamento já é aprovado e usado para o tratamento anti-retroviral. "Estamos fazendo esse estudo justamente pra confirmar se ele impede a infecção, além de testar a segurança quando tomado por pessoas saudáveis".Gueto medicinalRicardo Palacios, médico especialista em infectologia e um dos coordenadores do protocolo iPrEx, diz que além do objetivo de se chegar a um remédio "é desmistificar a doença também por parte do pessoal de saúde. Nós enquanto pesquisadores da saúde não concordamos que devemos colocar infecção por HIV/Aids como se fosse uma doença de um gueto especifico, mas sim que deve ser atendido como qualquer outra patologia".O infectologista revela que este foi um dos motivos que fez o grupo trazer tal estudo para o Brasil. "Quando nós trouxemos a nossa pesquisa pra a Universidade de São Paulo (USP) não era a nossa idéia tratar dessa questão [Aids] numa casinha a parte, queríamos que esse protocolo estivesse no mesmo prédio onde são tratados todos os pacientes do Hospital das Clínicas (HC)". Assim, Palacios acredita que irá quebrar preconceito ao fazer uma travesti sentar em uma sala de espera ao lado de uma senhora que veio tratar de hipertensão. "Fazemos isso porque não acreditamos em gueto", afirma.ProfilaxiaA respeito da profilaxia pré-exposição, Ricardo diz que o estudo não é algo novo e que surgiu a partir da idéia da profilaxia pós-exposição. "Acidentes que aconteciam com trabalhadores da saúde. Por exemplo, um cirurgião se cortava durante uma cirurgia, uma enfermeira que se furava com uma agulha durante a aplicação. Esses acidentes demonstravam que havia exposição em potencial por HIV. Com a profilaxia pós-exposição, a infecção por acidentes reduziu 70%", avalia.A partir daí médicos começaram a se questionar a respeito da profilaxia pré-exposição ao vírus. "Nós começamos há três anos nos posicionar no sentido de que a exposição de uma pessoa com acidente de trabalho comparado com a pessoa que está exposta sexualmente é muito menor". Segundo Ricardo, "é mais fácil você ser infectado por exposição sexual. Então, se começa a trabalhar a idéia de: por que não aplicar a profilaxia às pessoas que tiveram uma exposição sexual com o risco de ser infectada por HIV?".O infectologista argumenta que se uma pessoa se expõe "ao longo do ano 30, 40 vezes, a pergunta é: não da para fazer o contrário, tomar o medicamento antes da exposição? Nesse grupo muito particular de pessoas [profissionais do sexo e pessoas que às vezes não usam camisinha] que, em razão de sua vulnerabilidade ainda não conseguem controlar a quantia de exposição, não seria indicado mais uma forma para que ela possa se proteger?". O médico faz questão de enfatizar que a camisinha é a maneira mais segura de se proteger.Prevenção e preconceitoÉ sabido por todos que a Igreja Católica é uma das vozes mais ferozes contra o uso da camisinha. Questionado se sua equipe teme represálias dos setores religiosos, Ricardo diz que espera "uma reação igual a qualquer método anticoncepcional. Vão dizer que estamos incitando a promiscuidade, é uma reação natural, não tem saída".A discussão se estende também a médicos e cientistas. "Há médicos que dizem ser uma incitação a promiscuidade, e também que é um comprimido que vai proteger contra o HIV, mas não vai proteger contra a sífilis, contra a gonorréia, que não vai proteger contra todas as outras DSTs e é verdade. Mas fazemos questão de deixar claro que, sem a camisinha, o remédio é um fracasso", pontua Ricardo.Sobre o estudo ser focado em gays, bissexuais, homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, Ricardo explica que "há muitos protocolos de profilaxia pré-exposição que estão acontecendo no mundo e a maior parte deles atendem a população de mulheres heterossexuais". Assim, conclui que "não há necessidade de repetir os estudos que estão acontecendo em outros lugares, e tem também a questão da necessidade específica de cada país, são vulnerabilidades diferentes".Campanha e voluntáriosRicardo Gambôa conta que já estão com o material gráfico pronto para a campanha que pretende atrair voluntários para o teste do remédio. Apenas esperam sinal verde do comitê de ética. "Estes materiais serão distribuídos em algumas casas noturnas, bares, lanchonetes que fiquem dentro das regiões de freqüência de nosso público-alvo", revela Ricardo que conta com a colaboração de Silvetty Montila, Bill da Pizza e Dindry Buck."A campanha é para chamar as pessoas a participarem de um estudo em pesquisa. No Brasil não existe uma cultura de participação como voluntários em ensaios clínicos", diz Gambôa. Sobre números de participantes, Ricardo diz que para esse estudo "se estipulou 600 pessoas para o Brasil. Dessas 600, 400 são do Rio de Janeiro onde há dois centros que estão tocando esse estudo, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz. Em são Paulo, serão 200 voluntários no Centro de Pesquisas da Faculdade de Medicina da USP". Se você se interessou e quer ser voluntário, o site do estudo pode ser visitado no endereço www.iprex.org.br.
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Segundo o censo epidemiológico de 2008 do programa brasileiro DST/AIDS, o Brasil tem hoje 640 mil pessoas infectadas com o vírus HIV, sendo que, um dado preocupante foi revelado: a maior o número de novos casos cresceu entre homens heterossexuais acima de 50 anos. Para conter o avanço da epidemia, novas estratégias de prevenção vem sendo estudadas. Entre elas os microbicidas, a circuncisão e, mais recentemente, a profilaxia pré-exposição."Os números da epidemia ainda são muito altos no mundo e tem se pensado em novas estratégias de prevenção. Vai levar muitos anos para termos uma vacina que funcione. Por isso, hoje tem se pensado na questão da 'Profilaxia Pré-Exposição', de se usar um medicamento que possa complementar o sexo seguro e prevenir a infecção nas populações mais vulneráveis", diz Ricardo Gambôa, coordenador de recrutamento e retenção do estudo iPrEx (iniciativa Profilaxia Pré-Exposição), que acontece na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Trata-se de um estudo de um comprimido complementar à prevenção do vírus da AIDS.Ricardo conta que a equipe vem se preparando para o início do estudo desde o ano passado. A respeito do remédio, o Truvada, Ricardo explica que se trata de "um comprimido composto por dois medicamentos: Entricitabina e Tenofovir. Um estudo com o Tenofovir foi feito com mulheres na África e teve um número bastante positivo em termos de prevenção, cerca de 70%".Já em fase de teste com animais, o remédio tem obtido resultados positivos . "O uso do Truvada nos animais impediu em 100% dos casos que eles fossem infectados por um vírus semelhante ao HIV". Ricardo Gambôa revela também que o medicamento já é aprovado e usado para o tratamento anti-retroviral. "Estamos fazendo esse estudo justamente pra confirmar se ele impede a infecção, além de testar a segurança quando tomado por pessoas saudáveis".Gueto medicinalRicardo Palacios, médico especialista em infectologia e um dos coordenadores do protocolo iPrEx, diz que além do objetivo de se chegar a um remédio "é desmistificar a doença também por parte do pessoal de saúde. Nós enquanto pesquisadores da saúde não concordamos que devemos colocar infecção por HIV/Aids como se fosse uma doença de um gueto especifico, mas sim que deve ser atendido como qualquer outra patologia".O infectologista revela que este foi um dos motivos que fez o grupo trazer tal estudo para o Brasil. "Quando nós trouxemos a nossa pesquisa pra a Universidade de São Paulo (USP) não era a nossa idéia tratar dessa questão [Aids] numa casinha a parte, queríamos que esse protocolo estivesse no mesmo prédio onde são tratados todos os pacientes do Hospital das Clínicas (HC)". Assim, Palacios acredita que irá quebrar preconceito ao fazer uma travesti sentar em uma sala de espera ao lado de uma senhora que veio tratar de hipertensão. "Fazemos isso porque não acreditamos em gueto", afirma.ProfilaxiaA respeito da profilaxia pré-exposição, Ricardo diz que o estudo não é algo novo e que surgiu a partir da idéia da profilaxia pós-exposição. "Acidentes que aconteciam com trabalhadores da saúde. Por exemplo, um cirurgião se cortava durante uma cirurgia, uma enfermeira que se furava com uma agulha durante a aplicação. Esses acidentes demonstravam que havia exposição em potencial por HIV. Com a profilaxia pós-exposição, a infecção por acidentes reduziu 70%", avalia.A partir daí médicos começaram a se questionar a respeito da profilaxia pré-exposição ao vírus. "Nós começamos há três anos nos posicionar no sentido de que a exposição de uma pessoa com acidente de trabalho comparado com a pessoa que está exposta sexualmente é muito menor". Segundo Ricardo, "é mais fácil você ser infectado por exposição sexual. Então, se começa a trabalhar a idéia de: por que não aplicar a profilaxia às pessoas que tiveram uma exposição sexual com o risco de ser infectada por HIV?".O infectologista argumenta que se uma pessoa se expõe "ao longo do ano 30, 40 vezes, a pergunta é: não da para fazer o contrário, tomar o medicamento antes da exposição? Nesse grupo muito particular de pessoas [profissionais do sexo e pessoas que às vezes não usam camisinha] que, em razão de sua vulnerabilidade ainda não conseguem controlar a quantia de exposição, não seria indicado mais uma forma para que ela possa se proteger?". O médico faz questão de enfatizar que a camisinha é a maneira mais segura de se proteger.Prevenção e preconceitoÉ sabido por todos que a Igreja Católica é uma das vozes mais ferozes contra o uso da camisinha. Questionado se sua equipe teme represálias dos setores religiosos, Ricardo diz que espera "uma reação igual a qualquer método anticoncepcional. Vão dizer que estamos incitando a promiscuidade, é uma reação natural, não tem saída".A discussão se estende também a médicos e cientistas. "Há médicos que dizem ser uma incitação a promiscuidade, e também que é um comprimido que vai proteger contra o HIV, mas não vai proteger contra a sífilis, contra a gonorréia, que não vai proteger contra todas as outras DSTs e é verdade. Mas fazemos questão de deixar claro que, sem a camisinha, o remédio é um fracasso", pontua Ricardo.Sobre o estudo ser focado em gays, bissexuais, homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, Ricardo explica que "há muitos protocolos de profilaxia pré-exposição que estão acontecendo no mundo e a maior parte deles atendem a população de mulheres heterossexuais". Assim, conclui que "não há necessidade de repetir os estudos que estão acontecendo em outros lugares, e tem também a questão da necessidade específica de cada país, são vulnerabilidades diferentes".Campanha e voluntáriosRicardo Gambôa conta que já estão com o material gráfico pronto para a campanha que pretende atrair voluntários para o teste do remédio. Apenas esperam sinal verde do comitê de ética. "Estes materiais serão distribuídos em algumas casas noturnas, bares, lanchonetes que fiquem dentro das regiões de freqüência de nosso público-alvo", revela Ricardo que conta com a colaboração de Silvetty Montila, Bill da Pizza e Dindry Buck."A campanha é para chamar as pessoas a participarem de um estudo em pesquisa. No Brasil não existe uma cultura de participação como voluntários em ensaios clínicos", diz Gambôa. Sobre números de participantes, Ricardo diz que para esse estudo "se estipulou 600 pessoas para o Brasil. Dessas 600, 400 são do Rio de Janeiro onde há dois centros que estão tocando esse estudo, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz. Em são Paulo, serão 200 voluntários no Centro de Pesquisas da Faculdade de Medicina da USP". Se você se interessou e quer ser voluntário, o site do estudo pode ser visitado no endereço www.iprex.org.br.
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