Este blog foi criado para intercambiar minhas relações profissionais. Pouco coisa será postada de cunho pessoal, reserva-se a acompanhar as relevâncias socias em diveros níveis, com conteúdos de raça, credo, gênero, políticas públicas, violência, com recorte especial as questões voltadas para área da saúde. Os assuntos postados com certeza vão servir de um banco de dados para mim, quanto para aqueles e aquelas que buscam informações nesta área.
16/02/2009
Breve Histórico de Dom Helder Câmara
----- Companheiros(as) Educadores(as).Vejam um pouco da história deste Homem, que lutou pela Justiça.Um abraço.Centenário de nascimento de DOM HELDER CÂMARA Hélder Pessoa Câmara, nasceu na cidade de Fortaleza, estado do Ceará,no dia 7 de fevereiro de 1909. Filho de João Eduardo Torres Câmara Filho,maçom, jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma comercial. Suamãe D. Adelaide Pessoa Câmara, era professora primária. Formaram uma famíliasimples e tiveram treze filhos, dos quais somente oito conseguiramsobreviver, os demais morreram vítimas de uma epidemia de gripe, que assoloua região no ano de 1905. O décimo primeiro filho do casal recebeu o nome de Hélder, por escolhado pai, que é a denominação de um pequeno porto, situado na Holanda. A sua tendência religiosa veio a florescer a partir dos quatro anos deidade, devido a influência dos padres lazaristas, que atuavam naArquidiocese de Fortaleza, conhecido por Seminário da Prainha. Recebeu sua primeira eucaristia aos oito anos de idade e aos quatorzeentrou no Seminário da Prainha de São José, em Fortaleza, onde fez os cursospreparatórios, e depois cursou filosofia e teologia. Durante os estudossempre demonstrou desenvoltura nos debates filosóficos e teológicos. Na festa da assunção de Nossa Senhora, comemorada no dia 15 de agostode 1931, o seminarista Hélder, foi ordenado sacerdote, por especialautorização da Santa Sé, em virtude de ainda não ter completado a idademínima exigida para ordenação, que era a de 24 anos. Sua primeira missa foi celebrada no dia seguinte a sua ordenação aos 22anos de idade. Em seguida foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Estado doCeará, cargo que exerceu por cinco anos. Depois foi transferido para o Rio de Janeiro, onde morou e trabalhoupor 28 anos. Colaborou com revistas católicas, organizou o XXXVI CongressoEucarístico Internacional, exerceu funções na Secretaria de Educação do Riode Janeiro e no Conselho Nacional de Educação, fundou a Cruzada SãoSebastião, para atender favelados e o Banco da Providência, destinado aajudar famílias pobres. O Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 20 de abril de1952, o elegeu Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro. No período em quepermaneceu lá, exerceu o cargo de Secretário Geral da CNBB, implantou osideais da Organização, promovendo interação entre os bispos do Brasil,participou de congressos para atualização e adaptação da Igreja Católica aostempos modernos, sobretudo integrando a Igreja na luta em defesa da justiçae cidadania. Aos 55 anos, Dom Hélder Câmara, foi nomeado Arcebispo de Olinda eRecife. Assumiu a Arquidiocese, em 12 de março de 1964, permanecendo nestecargo durante vinte anos. Na época em que tomou posse como Arcebispo emPernambuco, o Brasil encontrava-se em pleno domínio da ditadura militar.Momento político este, que o tornou um líder contra o autoritarismo e osabusos aos direitos humanos, praticado pelos militares Desempenhou inúmeras funções, principalmente em Organizações nãoGovernamentais, movimentos estudantis e operários, ligas comunitárias contraa fome e a miséria. Como sacerdote representante da Igreja Católica, Dom Helder pôdelevantar a sua voz em defesa da comunidade sem vez e sem voz na escalasocial. Teve como ideário nas suas pregações a luta pela fé cristã e acaridade aos pobres e oprimidos. Paralelamente às atividades religiosas, Dom Helder criou projetos eorganizações pastorais, destinadas a atender às comunidades do Nordeste, queviviam em situação de miséria. Devido a sua atuação política e social, sua pregação libertadora emdefesa dos mais pobres, seja pela denúncia da exploração dos paísessubdesenvolvidos, ou pela sua pastoral religiosa em prol da valorização dospobres e leigos, foi chamado de comunista, e passou a sofrer retaliações eperseguições por parte das autoridades militares. Foi impedido de ter acessoaos meios de comunicação de massa e de divulgar suas mensagens durante todoo período ditatorial. Apesar de tudo, a personalidade de Dom Hélder ganhava, cada vez mais,dimensão no Brasil e no exterior. Recebia, constantemente, convites paraproferir palestras e presidir solenidades nas universidades brasileiras e eminstituições internacionais. No final da década de 90, com o apoio de outras instituiçõesfilantrópicas, lançou oficialmente, na Fundação Joaquim Nabuco, a campanhaAno 2000 Sem Miséria. Para ele era grande o constrangimento em saber que, àsvésperas do segundo milênio do nascimento de Jesus Cristo, milhares depessoas ainda vivessem na miséria. Dom Hélder escreveu diversos livros que foram traduzidos em váriosidiomas, entre os quais, japonês, inglês, alemão, francês, espanhol,italiano, norueguês, sueco, dinamarquês, holandês, finlandês. Recebeu cerca de seiscentas condecorações, entre placas, diplomas,medalhas, certificados, troféus e comendas. Foi orador de massas no Brasil e no exterior, onde expressou, comdensidade e força, seus ideais, posicionamentos, questionamentos religiosos,políticos e sociais. Foi distinguido com 32 títulos de Doutor Honoris Causa,vinte e quatro prêmios dos mais diversos órgãos internacionais. Diversascidades brasileiras concederam-lhe cerca de 30 títulos de cidadão honorário. O Arcebispo D. Hélder Câmara é lembrado na história da Igreja CatólicaApostólica Romana, no Brasil e no mundo, como um Apóstolo, que soube honraro Brasil e usar o carisma de defensor da paz e da justiça para os filhos deDeus. No dia 27 de agosto de 1999, a figura do grande peregrino do povo, comsua aparência frágil e a palavra forte, vitimada por uma paradacárdio-respiratória, calou a voz, para dar início a infinita caminhada paraa verdadeira vida, que era assim como ele via morte."...quando dou pão aos pobres, chamam-me de santo, quando pergunto pelascausas da pobreza, me chamam de comunista."...Dom Hélder Câmara "O DOM da paz"