Brasília, 17/09/2009
Policiais querem desmilitarização da PM
Mais da metade dos 64.130 ouvidos reclama de hierarquia rígida; desrespeito e humilhação também são denunciados por maioria deles
Saiba mais
Leia o sumário executivo da consulta, que resume os resultados obtidos.
Propostas
Veja a lista completa de princípios e diretrizes aprovados na I CONSEG.
Leia também
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Educação é maior aposta contra a violência
MARIANA DESIDÉRIO
da PrimaPagina
O formato atual da Polícia Militar, caracterizado pela hierarquia rígida e numerosa, é rejeitado pela maioria dos profissionais de segurança pública. É isso que mostra a consulta “O que pensam os profissionais de segurança pública, no Brasil” realizada pela SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) em parceria com o PNUD com o objetivo de subsidiar as discussões na I CONSEG (Conferência Nacional de Segurança Pública) — que reuniu entre 27 e 30 de agosto em Brasília, membros do governo, de ONGs e policiais para debater a criação de um Plano Nacional de Segurança Pública.
A consulta aos profissionais de segurança ouviu 64.130 servidores, entre policiais militares, civis e federais, policiais rodoviários, peritos, bombeiros, agentes penitenciários e guardas municipais.
Para 60% deles, a vinculação da PM ao Exército é inadequada. O número aumenta quando o assunto é injustiças e desrespeito causados pela hierarquia — 65,6% dos consultados responderam “sim” à questão “A hierarquia de sua instituição provoca desrespeito e injustiças profissionais?”. Os que mais se incomodam com isso são justamente os policiais militares nos postos mais baixos (73,3%). É entre estes profissionais que as críticas à hierarquia e à disciplina das instituições mais aparecem: 81% deles acreditam que “há muito rigor em questões internas e pouco rigor em questões que afetam a segurança pública” e 65,2% dizem que “há um número excessivo de níveis hierárquicos em sua instituição”.
A questão aparece também quando as perguntas dizem respeito à tortura e à humilhação por superiores. Um quinto de todos os consultados diz que já sofreu tortura em treinamento ou fora dele (se considerarmos apenas os policiais militares nos postos mais baixos, a fração sobe para um quarto) e mais da metade (53,9%) dizem que já foram humilhados ou desrespeitados por superiores. O relatório da consulta destaca, porém, que o termo tortura é colocado como “imposição deliberada de sofrimento físico ou mental. Por isso, as respostas positivas colhidas não significam que os profissionais de segurança no Brasil sejam expostos às formas mais atrozes de violência.”
“Os resultados só mostram que temos que reforçar a questão da saúde mental e física dos profissionais, com as quais a SENASP já vinha trabalhando. Temos que rever a jornada de trabalho e os regimentos internos”, afirma a coordenadora-geral da CONSEG e assessora especial do ministro Tarso Genro, Regina Miki. O relatório da consulta destaca que as consequências do quadro atual são sentidas também pela sociedade em geral: “(...) as PMs não estão organizadas como polícias, mas como pequenos exércitos desviados de função, os resultados são, salvo exceções de praxe, a realidade conhecida, que não satisfaz a sociedade nem os profissionais: precariedade no enfrentamento da problemática da criminalidade, dificuldade para exercer controle interno (o que implica o convívio com elevadas taxas de corrupção), frequente insensibilidade no relacionamento com os cidadãos”.
A proposta de desmilitarização da Polícia Militar foi discutida durante a I CONSEG e aprovada por 508 votos. Porém, um dos princípios aprovados durante a conferência, com 455 votos, sugere manter a estrutura atual das polícias.
Outros dados
Além do descontentamento com o modelo atual de suas instituições, em especial da Polícia Militar, os profissionais também se mostraram descrentes em relação ao sistema penitenciário. Mais de 85% acreditam que as prisões “não conseguem realizar o trabalho necessário” ou “terminam produzindo efeitos piores para a segurança pública”. Quando o assunto é corrupção, apenas 21,6% dos entrevistados acreditam que seus colegas denunciariam um ato de corrupção. O número é menor que o de respostas para a alternativa “fingiria não ter visto”, que ficou 24,8%. Neste tema, “conversaria com o colega para que ele não fizesse mais” ficou com a maioria das respostas: 42,2%.
Não foram somente dados desanimadores que apareceram na pesquisa. Regina Miki destaca questões positivas. “Mais de 90% acham importante a capacitação. Não querem mais agir só com a força, mas com a inteligência. Temos também 77% dos policiais militares que querem mudanças na estrutura atual das instituições e ainda cerca de 60% que disseram que, se tivessem que optar, trabalhariam na segurança. Eles fazem porque gostam”, ressalta. E conclui: “Ora, temos pessoas dedicadas, que querem melhorar cada vez mais o seu serviço.”
O próximo passo agora, segundo Regina, é aprofundar os dados. A consulta atual foi feita virtualmente apenas com profissionais cadastrados na Rede Nacional de Ensino à Distância. “Temos uma determinação do ministro de fazer uma pesquisa mais aprofundada para subsidiar a elaboração de políticas públicas”.
Este blog foi criado para intercambiar minhas relações profissionais. Pouco coisa será postada de cunho pessoal, reserva-se a acompanhar as relevâncias socias em diveros níveis, com conteúdos de raça, credo, gênero, políticas públicas, violência, com recorte especial as questões voltadas para área da saúde. Os assuntos postados com certeza vão servir de um banco de dados para mim, quanto para aqueles e aquelas que buscam informações nesta área.
22/09/2009
07/09/2009
FHC diz que guerra contra o narcotráfico fracassou
FHC diz que guerra contra o narcotráfico fracassou
7 de setembro de 2009 às 09:00
Em artigo publicado pela revista britânica "The Observer'', o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que a guerra contra o narcotráfico fracassou e que é necessário "uma mudança global'' de estratégia que inclua uma descriminalização do uso de drogas como a maconha.
FHC argumenta que o enfoque de "linha dura'' no combate contra as drogas teve consequências "desastrosas'' para a América Latina e não mudou a condição da região nas últimas décadas como o maior exportador de maconha e de cocaína do mundo. "Isso continua sendo assim, após décadas de operações aéreas, proibições, fumigações e ataques contra as fábricas de droga na selva'', escreve o ex-presidente brasileiro.
Além disso, a região "está produzindo cada vez mais ópio e heroína e está desenvolvendo a capacidade de produzir em grande escala drogas sintéticas'', por isso considera que "continuar a guerra contra o narcotráfico com o mais do mesmo é ridículo''.
Fernando Henrique destaca que Argentina, México, Colômbia, Bolívia e Equador já tomaram medidas tendentes a liberalizar as leis que penalizam o consumo de drogas e que a mudança é "iminente'' no Brasil. O ex-presidente propõe uma estratégia que "estenda a mão, de maneira paciente e persistente, aos consumidores e não continuar com a guerra equivocada e contraproducente que faz dos consumidores, em vez dos chefes do tráfico, as principais vítimas''.
7 de setembro de 2009 às 09:00
Em artigo publicado pela revista britânica "The Observer'', o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que a guerra contra o narcotráfico fracassou e que é necessário "uma mudança global'' de estratégia que inclua uma descriminalização do uso de drogas como a maconha.
FHC argumenta que o enfoque de "linha dura'' no combate contra as drogas teve consequências "desastrosas'' para a América Latina e não mudou a condição da região nas últimas décadas como o maior exportador de maconha e de cocaína do mundo. "Isso continua sendo assim, após décadas de operações aéreas, proibições, fumigações e ataques contra as fábricas de droga na selva'', escreve o ex-presidente brasileiro.
Além disso, a região "está produzindo cada vez mais ópio e heroína e está desenvolvendo a capacidade de produzir em grande escala drogas sintéticas'', por isso considera que "continuar a guerra contra o narcotráfico com o mais do mesmo é ridículo''.
Fernando Henrique destaca que Argentina, México, Colômbia, Bolívia e Equador já tomaram medidas tendentes a liberalizar as leis que penalizam o consumo de drogas e que a mudança é "iminente'' no Brasil. O ex-presidente propõe uma estratégia que "estenda a mão, de maneira paciente e persistente, aos consumidores e não continuar com a guerra equivocada e contraproducente que faz dos consumidores, em vez dos chefes do tráfico, as principais vítimas''.
03/09/2009
Álcool: problema grave para homens e hoje também para mulheres
Álcool: problema grave para homens e hoje também para mulheres O alcoolismo já foi uma doença predominantemente masculina. Desde a Segunda Guerra Mundial, esse quadro vem se alterando e o consumo de álcool entre as mulheres já preocupa tanto quanto o verificado entre os homens. Hoje, entre os jovens brasileiros, o consumo é similar entre homens e mulheres.
A emancipação feminina igualou os sexos, tanto para o bem, quanto para o mal. O que leva as mulheres a beberem? Como tratá-las? A quem elas devem recorrer? Tais questões foram abordadas pelo programa Palavra de Especialista, da Rádio Câmara, que entrevistou a psicóloga do Grupo Viva Maria Christina de Queiroz Lacerda, que é especialista em dependência química pela Unifesp. O programa foi ao ar no dia 19 de agosto, com apresentação de Aprigio Nogueira.
Segundo Christina, dois em cada três jovens de 12 a 16 anos consumem bebidas alcoólicas no Brasil. Metade dos que bebem é do público feminino, de acordo com a especialista. “A partir da revolução das mulheres, elas começaram a se equiparar aos homens garantindo seus espaços mas, por outro lado, também adquirindo hábitos antes restritos ao universo masculino, como o álcool, por exemplo”, contextualiza.
Ela aponta diferenças nos motivos que levam homens e mulheres a beber. Segundo a psicóloga, elas tendem muito mais a buscar no álcool o conforto para depressão, ansiedade e outros sentimentos.
Há dois padrões de consumo de álcool entre as mulheres, diz Christina. No primeiro grupo, formado por mulheres de meia idade, o álcool é consumido junto com ansiolíticos e outros medicamentos para diminuir a ansiedade. Já no universo das jovens, elas estão mais preocupadas em manter peso ou emagrecer, o que motiva o consumo de álcool e anfetaminas.
Christina Queiroz também falou sobre tratamento, exemplificando com o trabalho realizado pelo Grupo Viva, que tem sua metodologia baseada na Terapia Cognitivo-Comportental (TCC). “O dependente precisa adquirir novas habilidades, novos comportamentos, que dêem prazer e que substituam o uso de drogas”, diz, indicando a internação como necessária para o processo de recuperação.
Ao final do Programa ela recomendou aos jovens que evitem o abuso do álcool, sobretudo quando há casos de alcoolismo na família, procurando hábitos de vida mais saudáveis.
Para ouvir a entrevista, clique no link abaixo:
Entrevista com a psicóloga Maria Cristina de Q. Lacerda - Parte 1
Entrevista com a psicóloga Maria Cristina de Q. Lacerda - Parte 2
Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Viva
A emancipação feminina igualou os sexos, tanto para o bem, quanto para o mal. O que leva as mulheres a beberem? Como tratá-las? A quem elas devem recorrer? Tais questões foram abordadas pelo programa Palavra de Especialista, da Rádio Câmara, que entrevistou a psicóloga do Grupo Viva Maria Christina de Queiroz Lacerda, que é especialista em dependência química pela Unifesp. O programa foi ao ar no dia 19 de agosto, com apresentação de Aprigio Nogueira.
Segundo Christina, dois em cada três jovens de 12 a 16 anos consumem bebidas alcoólicas no Brasil. Metade dos que bebem é do público feminino, de acordo com a especialista. “A partir da revolução das mulheres, elas começaram a se equiparar aos homens garantindo seus espaços mas, por outro lado, também adquirindo hábitos antes restritos ao universo masculino, como o álcool, por exemplo”, contextualiza.
Ela aponta diferenças nos motivos que levam homens e mulheres a beber. Segundo a psicóloga, elas tendem muito mais a buscar no álcool o conforto para depressão, ansiedade e outros sentimentos.
Há dois padrões de consumo de álcool entre as mulheres, diz Christina. No primeiro grupo, formado por mulheres de meia idade, o álcool é consumido junto com ansiolíticos e outros medicamentos para diminuir a ansiedade. Já no universo das jovens, elas estão mais preocupadas em manter peso ou emagrecer, o que motiva o consumo de álcool e anfetaminas.
Christina Queiroz também falou sobre tratamento, exemplificando com o trabalho realizado pelo Grupo Viva, que tem sua metodologia baseada na Terapia Cognitivo-Comportental (TCC). “O dependente precisa adquirir novas habilidades, novos comportamentos, que dêem prazer e que substituam o uso de drogas”, diz, indicando a internação como necessária para o processo de recuperação.
Ao final do Programa ela recomendou aos jovens que evitem o abuso do álcool, sobretudo quando há casos de alcoolismo na família, procurando hábitos de vida mais saudáveis.
Para ouvir a entrevista, clique no link abaixo:
Entrevista com a psicóloga Maria Cristina de Q. Lacerda - Parte 1
Entrevista com a psicóloga Maria Cristina de Q. Lacerda - Parte 2
Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Viva
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